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20/01/2011 - 07h00 / Atualizada 04/04/2011 - 14h30

Com 65 anos, campuseira de primeira viagem conta como foi parar no acampamento nerd

ANA IKEDA || Do UOL Tecnologia
  • Ivonilde Araújo, 65, de Macapá, aguarda na fila para o credenciamento em sua 1ª Campus Party

    Ivonilde Araújo, 65, de Macapá, aguarda na fila para o credenciamento em sua 1ª Campus Party

Campuseira de primeira viagem, Ivonilde Araújo, 65, destoa da massa de jovens com quem acampa em São Paulo em um dos maiores eventos de tecnologia do país. Mas a Campus Party não é uma das únicas descobertas recentes de Dona “Nilde”, como costuma ser chamada.

Por conta de uma alergia respiratória há cinco anos, Nilde não podia sair de casa e respirava com a ajuda de um balão de oxigênio. “Comprar um notebook foi ideia da minha filha, porque ela não queria que eu ficasse sozinha e acabasse deprimida”, relembra. Conectada à internet, tinha companhia, lia notícias e fazia pesquisas.

Após a filha ser transferida de Macapá (onde até hoje Nilde mora) para Minas Gerais (de onde Nilde partiu para a Campus Party com a caravana de Uberlândia), Nilde foi descobrindo outros recursos online. “Foi minha filha que criou meu MSN e minha conta no Skype e até hoje nos falamos muito pela internet.” Foi também por intermédio da filha que ela foi parar na Campus Party. “Fui passar férias em Minas e ela me contou que iria participar do evento aqui em São Paulo e achei que seria interessante vir também.”

  • Willians Valente/UOL

    Nilde participa da oficina de reaproveitamento de disquetes na última terça (18) na Campus Party

Sobre a bagunça e barulheira da Campus Party, Nilde diz não se importar, porque trabalhou como professora de português, com turmas de idade semelhante. “É maravilhoso porque eu me sinto jovem também”, brinca.

A ida à Campus Party é a primeira viagem longa dela desde que se recuperou da doença. “O mundo está avançando a quilômetros por hora e a gente tem que acompanhar. E existe tempo para tudo. Meu tempo de estar aqui é agora”, reflete.

Orkut, blog e Twitter

Como missionária evangélica, Nilde explica que queria continuar o trabalho de aconselhamento – que já não podia fazer presencialmente por conta de sua doença – pelo Orkut. “Aconselhava as pessoas pela página de recado e acabei criando uma comunidade no Orkut”, conta. A Mensagens Evangélicas para Orkut, com cerca de 4 mil membros, levou Nilde a conquistar várias amizades “virtuais”. “Tenho muitos amigos confidentes, que só conheço na internet.”

Agora, ela espera a filha chegar ao evento, na noite desta quarta (19), para que juntas criem um perfil no Twitter e um blog.

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