Fabricantes preparam "enxurrada" de tablets -- computadores ultraportáteis -- para 2011
Durante o ano passado, foram comercializados cerca de 100 mil tablets de marcas diversas no Brasil, indica um levantamento da consultoria em tecnologia e mercado IDC, divulgado nesta quarta (16). O número inclui as vendas oficiais e o mercado "cinza", composto por consumidores que trouxeram o aparelho do exterior ou o importaram ilegalmente.
Segundo Luciano Crippa, coordenador de pesquisas da IDC, o preço definido para os tablets, que ficou abaixo de R$ 2 mil estimulou a compra dos dispositivos. “Esperávamos uma estratégia de precificação um pouco mais alta, por volta dos dois mil reais. O valor estipulado em torno dos R$ 1.600,00 facilitou a adesão do público ao produto", afirmou o analista.
A falta de familiaridade de parte dos consumidores com o dispositivo, além de pessoas que ainda analisam os novos modelos a serem lançados, foram obstáculos para que as vendas não fossem maiores que 100 mil unidades no país.
De acordo com o IDC, a estimativa é que a categoria dos ultraportáteis alcance a marca de 300 mil unidades vendidas em 2011. A expectativa é que haja uma forte demanda por esses dispositivos no segundo semestre, quando chegam ao país novos produtos lançados nos Estados Unidos e Europa.
Incentivo fiscal
O governo federal começou a discutir com os setores envolvidos a inclusão dos tablets no programa Computador para Todos, que reduziu impostos e barateou os computadores no Brasil. A demanda, definida pela presidente Dilma Rousseff, vai beneficiar apenas aparelhos produzidos no Brasil -- o que não incluiria, por exemplo, o iPad da Apple.
Essa redução de impostos -- que diminuiria o preço final dos dispositivos no mercado -- não deve impactar a estimativa de vendas de tablets da IDC para este ano. “É preciso considerar a capacidade e o tempo de produção dos dispositivos brasileiros, portanto os efeitos desse projeto só devem influenciar nos números a partir de 2012”, explica Crippa.
