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Comprar celular fora e usar no Brasil exige cuidados; veja dicas para não se dar mal

Se não forem analisadas as especificações técnicas, smartphones adquiridos fora do país podem se tornar inúteis no Brasil; usuário deve avaliar, basicamente, tecnologia e frequência - Getty Images
Se não forem analisadas as especificações técnicas, smartphones adquiridos fora do país podem se tornar inúteis no Brasil; usuário deve avaliar, basicamente, tecnologia e frequência Imagem: Getty Images

GUILHERME TAGIAROLI || Do UOL Tecnologia

05/04/2011 07h00

Ao ficar sabendo que algum amigo ou parente vai para fora do país (sobretudo para os Estados Unidos), é praxe que as pessoas comecem a fazer encomendas para o viajante. Entram para a lista de desejos os mais variados itens: de roupa a eletrônicos (como tablets ou câmeras fotográficas). No entanto, quem opta por trazer celulares pode se dar mal ao tentar utilizá-lo no país. É completamente possível que alguém compre um aparelho no exterior e ele, simplesmente, não funcione no Brasil por questões de incompatibilidade tecnológica.

O UOL Tecnologia lista aqui alguns cuidados importantes para que o usuário que vá para fora do país traga um aparelho que funcione no Brasil. Nesse processo de “importação”, a Receita Federal permite até um aparelho por pessoa, desde que seja para uso pessoal.

De cara, é importante saber que há mais chances de haver problemas quando se traz um celular de fora. “Os telefones celulares precisam, para serem habilitados pelas operadoras do Serviço Móvel Pessoal e utilizados no Brasil, ser homologados pela Anatel. Isto garante que eles são compatíveis com as tecnologias adotadas no País e atendem requisitos técnicos de funcionamento e condições de garantia, de assistência técnica e de qualidade”, afirma a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Ou seja: se quiser trazer o aparelho gringo, é por sua conta e risco. 

Sem garantia
Ao trazer um aparelho que não é vendido no Brasil, a primeira observação é que, em tese, as marcas não têm obrigação de prestar suporte técnico ou garantia caso ocorra algo com o equipamento. Isso varia de empresa para empresa. A Apple, por exemplo, cobre a garantia de alguns produtos adquiridos fora do país.

“O usuário deve estar ciente que o celular que ele compra fora, mesmo que ele seja vendido no Brasil, não foi homologado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Sem contar que, se ele não funcionar corretamente, ele não tem para quem reclamar”, alerta Eduardo Tude, engenheiro e presidente da consultoria Teleco.

GSM ou CDMA?

A rede de telefonia móvel brasileira funciona, predominantemente, sob a tecnologia GSM (Global System for Mobile). Logo, o primeiro cuidado que a pessoa deve ter é comprar um telefone celular que suporte a tecnologia GSM.

Boa parte do mundo usa o padrão GSM, porém, operadoras americanas e alguns países asiáticos utilizam a tecnologia CDMA (Code Division Multiple Access) – incompatível com o padrão brasileiro. Há ainda resquícios de linhas CDMA no Brasil, porém, o objetivo é que tudo migre para GSM.

Um exemplo de incompatibilidade ocorre com aparelhos da Apple vendidos pela operadora americana Verizon. Pelo fato de os dispositivos terem sido desenhados para funcionar com a tecnologia CDMA, tanto o iPad na versão 3G como o iPhone 4 não funcionam no Brasil.

Frequência de operação
Após escolher a tecnologia, outro fator importante é verificar quais frequências o aparelho comprado suporta e se elas são compatíveis com as que a operadora que ele quer contratar utiliza. “Caso alguém compre um smartphone que não suporte a frequência entre 1800 MHz e 2000 MHz, é provável que não funcione internet via 3G”, comentou Tude.

Para não errar, aconselha, é importante que o usuário peça informação para a operadora que quer contratar sobre as frequências que ela trabalha. Outra possível solução é comprar um celular quadriband (que suporta quatro frequências diferentes). Há grande possibilidade que o aparelho funcione no país.

Bloqueio
Várias operadoras – mesmo fora do Brasil – têm o costume de vender aparelhos mais baratos atrelados a contratos de fidelidade. Esses celulares, geralmente, são bloqueados para uso específico na operadora estrangeira. Quem quiser trazer um celular adquirido dessa forma, deverá se preocupar em tentar desbloqueá-lo na operadora estrangeira antes de trazê-lo para o Brasil.

Se o usuário trouxer ao país o dispositivo bloqueado e quiser utilizá-lo, não há métodos oficiais (seja com o fabricante do celular ou qualquer uma das operadoras brasileiras) para que a operação seja feita. Neste caso, será necessário procurar algum técnico em telefonia móvel que saiba desbloquear aparelhos.