Ana Ikeda, Guilherme Tagiaroli, Rodrigo Vitulli e Juliana Carpanez testaram o poder de ensino dos videotutoriais
São cada vez mais comuns os videotutoriais que ensinam na internet a fazer (praticamente) tudo. É certo que você encontrará um vídeo em sites como o YouTube ou UOL Mais caso queira aprender a se maquiar, cozinhar, arrumar o PC, educar o cachorro, tocar gaita, bombar o blog, decorar um bolo ou fazer ginástica laboral – todos esses são exemplos reais, encontrados em sites de vídeos. Mas será que dá realmente para aprender com o “professor YouTube”?
A equipe do UOL Tecnologia decidiu testar e colocou em prática os ensinamentos de quatro tutoriais: eles ensinam a fazer mágica com baralho, dar nó de gravata, dobrar uma camiseta em segundo e fazer um tsuru. Confira abaixo os vídeos que mostram a experiência e os depoimentos dos “alunos” do YouTube.
Fazer um truque de mágica requer dom ou treino? Se depender do YouTube, fico com a segunda opção. Pedrinho, meu mestre, é especialista em mágica com cartas. Menino superdidático, viu! E, à la Mister M, revela o pulo do gato, mas não o próprio rosto. Tem medo do que, professor?
O truque de juntar os ases numa só coluna até parece fácil. Na primeira tentativa, #fail. Na segunda, outro #fail. Pedrinho, me enganastes? Até que o cameraman saca o problema: não pode embaralhar as cartas como se fosse jogar truco, amiga... Então, voilà, a mágica acontece. Dá para entreter a família, os amigos e as crianças. TODOS “SE DIVERTE”, Pedrinho!
Existe certa fase da vida em que pessoas devem ter conhecimentos mínimos sobre determinados assuntos. E, em resumo, foi essa a razão por eu ter escolhido aprender como dar nó em gravata ao pedir ajuda ao professor YouTube – aliás, não saber como fazer isso aos 20 poucos anos é levemente vergonhoso. Por mais que haja vários tutoriais na internet, a maioria deles tem explicações do tipo: “Aí você faz isso, passa a gravata por esse lado e está pronto. Fácil, né?”. Não, não é fácil, tanto que tive de ver uns cinco vídeos até conseguir.
O último deles, por ironia, mostra uma moça com um decote grande fazendo o passo a passo para dar o nó. Todo em inglês, o vídeo, que tem duração de quase dois minutos, se mostrou o mais didático – não é necessário conhecimento avançado na língua – e foi o único que me ajudou a fazer um nó decente em uma gravata. O decote, nesse meu processo de aprendizado, foi apenas um detalhe... eu acho.
Na minha aula com o professor YouTube, não quis arriscar. Provavelmente não me aventuraria em truques culinários ou brincadeiras que envolvam matemática. Optei então por uma aula simples para dobrar camisetas do Manual do Mundo, um site criado por um amigo. A página, praticamente uma “faculdade” do YouTube, ensina desde brincadeiras para fazer no bar a tocar violão em dois minutos (não, nesse eu não tentei!).
Apanhei, no começo, do vídeo que promete “O jeito mais fácil de dobrar camiseta”. A primeira dobrada é exibida de forma muito rápida (tradução: “nunca vou conseguir”). Mas, depois, com o passo a passo, vi que poderia me aperfeiçoar na técnica e – “quem sabe, um dia, talvez” -- arrumar todo o meu armário. Antes, vou aprender outras coisas (fáceis) que a internet tem para me ensinar.
Os Tsurus, aqueles pássaros feitos de papel, sempre me chamaram a atenção, mas nunca pensei que pudesse ter a calma e a habilidade oriental para fazer dobraduras. Graças a um vídeo divulgado na web por uma moça benevolente, fui capaz de superar meu medo de origamis e fazer um Tsuru um tanto meia boca, mas ainda assim um Tsuru. E o melhor: foi na primeira tentativa. Facinho, facinho!
Reza a lenda que, se alguém fizer mil unidades desses pássaros de papel, terá qualquer desejo atendido. Do jeito nada simétrico que o meu ficou, precisarei de no mínimo 2 mil unidades. Sayonara!
