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Steve Jobs

Tudo sobre o cofundador da Apple; 'pai' do iPod, iPhone e iPad

  • Imagem: Kimberly White/Reuters

07/10/2011 - 09h55 / Atualizada 07/10/2011 - 11h43

Steve Jobs deixou produtos para garantir os próximos quatro anos da Apple, diz jornal

Da Redação

Apesar do agravamento de seus problemas de saúde, Steve Jobs trabalhou no último ano no desenvolvimento de produtos que devem garantir os próximos quatro anos da Apple, segundo fontes da própria empresa ouvidas pelo jornal “Daily Mail”. O executivo também se dedicou bastante, recentemente, à aprovação da construção do futuro prédio da empresa, com capacidade para 12 mil funcionários.  

Ainda de acordo com as fontes ouvidas pelo “Daily Mail”, o executivo morto nesta quarta-feira (5) inspecionou o desenvolvimento do iCloud, sistema que levará o conteúdo dos eletrônicos da Apple para a nuvem (servidores remotos). Ele teria encabeçado projetos de novas versões do iPod, iPad, iPhone e Macbook, “garantindo o equivalente a pelo menos quatro anos de produtos que ainda estão sendo projetados”, afirmou a publicação britânica, citando “fontes da Apple”.

A notícia da morte de Steve Jobs foi confirmada na quarta-feira (5) e, até agora, nada foi divulgado sobre um possível funeral do executivo conhecido pela discrição na vida pessoal. Logo após a confirmação da morte, sua família divulgou uma nota pedindo que sua privacidade seja respeitada neste momento de pesar.

Homenagens
Logo após o anúncio da morte de Steve Jobs, pessoas do mundo todo fizeram homenagens ao cofundador da Apple – além dos fãs da marca, celebridades, políticos e grandes empresários.  Barack Obama, Bill Gates e Mark Zuckerberg estão nesta lista da qual também faz parte Choi Gee-sung, presidente da Samsung, grande rival da Apple.

A empresa sul-coreana, que está em guerra com a Apple por conta de patentes, divulgou nota dizendo que o espírito inovador de Jobs sempre será lembrado e prestando suas "mais profundas condolências" aos familiares e colegas do executivo.

E agora?
Muito se especula sobre o futuro da Apple, por conta da influência que Steve Jobs tinha sobre tudo o que era desenvolvido e criado pela empresa. "Steve foi uma personalidade de grande destaque e era um homem de negócios extraordinário", resumiu Van Barker, da consultoria Gartner, à agência de notícias France Presse. "Contudo, a máquina não vai parar. Muitas das qualidades de Steve estão gravadas na cultura da Apple."

Esse trabalho será desafiador para Tim Cook, que está à frente da companhia desde o final de agosto, quando Jobs renunciou ao cargo de diretor-executivo por conta de problemas de saúde.

"A Apple é sua herança, como a Disney é do Walt Disney e a GE do Thomas Edison. A cultura da inovação, de pensar de maneira diferente, de assumir riscos, vai sobreviver", afirmou também à France Presse Shaw Wu, analista da Sterne, Agee & Leach. "O desafio e a oportunidade que se apresentam agora para a Apple serão para manter esta cultura. A boa notícia é que Steve colocou em marcha uma equipe sólida", acrescentou.

Para os especialistas ouvidos pela AFP, a questão agora está em determinar a capacidade da companhia de continuar lançando novos “best-sellers” capazes de atrair os consumidores em massa para as lojas da Apple e seus revendedores em todo o canto do mundo.

Biografia
Steve Jobs nasceu em São Francisco, no estado da Califórnia (EUA). Com apenas cinco anos mudou-se com seus pais adotivos para Palo Alto, cidade que posteriormente ficaria conhecida como um dos polos da tecnologia e comporia o chamado Vale do Silício. Em Palo Alto, Jobs conheceu seu amigo e futuro sócio Steve Wozniak. Juntos eles criariam, em 1975, o primeiro computador da companhia, o Apple I, produzido na garagem dos pais de Steve Jobs. 

Foi com o segundo protótipo, o Apple II, de 1977, que sua empresa ganhou atenção mundial do mercado e de investidores. O Apple II foi o primeiro computador pessoal vendido em larga escala e a um preço acessível. Os computadores produzidos a partir de então pela Apple trariam grandes inovações ao mercado.

Em uma visita aos laboratórios da Xerox, segundo relatos descritos no livro “Fire in the Valley: The Making of The Personal Computer”, Jobs teria se encantado por duas novas tecnologias que revolucionariam para sempre a computação pessoal: o mouse e a interface gráfica para usuário. O Lisa, computador que sucedeu o Apple II em 1983, foi o primeiro a ser vendido com as duas ferramentas compradas da Xerox. O computador Lisa recebeu esse nome em homenagem à filha mais velha Jobs, cuja paternidade só reconheceria após uma briga judicial.

De fora
Em 1984, após grandes sucessos (como o Apple II) e também enormes fracassos de venda (caso do impopular Apple III e o Lisa), Jobs subiu ao palco para apresentar aquele que seria um dos maiores acertos da Apple em toda a história: o Macintosh.  No ano seguinte, foi afastado da própria companhia pelo corpo diretor que ele mesmo ajudou a formar. O motivo de seu afastamento seriam maus tratos para com seus funcionários e comportamento temperamental. Segundo o então diretor executivo, John Sculley, essas atitudes poderiam prejudicar os futuros negócios da própria empresa.

Ainda em 1985, fora da diretoria da Apple, Jobs fundou a NEXT, outra empresa focada na produção de computadores para uso pessoal e corporativo. Paralelamente, em 1986, o empresário comprou uma divisão da LucasFilm, do cineasta George Lucas, especializada em computação gráfica. A empresa mais tarde se tornaria a Pixar Films, que, em conjunto com a Disney, produziria renomados filmes de animação, como “Toy Story” e “Vida de Inseto”.

Veja a linha do tempo com a trajetória de Steve Jobs

  • Arte UOL

Sucesso
Em 1997 a Apple enfrentava uma forte crise de vendas e tinha como principal rival a Microsoft e seu sucesso arrebatador Windows 95. Convidado a retornar à empresa que fundou e com a missão de reerguê-la, Jobs levou consigo o NEXTstep, que seria uma das bases para o sistema operacional para o MacOS utilizado atualmente pelos computadores da Apple. A NEXT foi então anexada à Apple por US$ 400 milhões e Steve Jobs voltou a ser o CEO (diretor-executivo) interino da companhia. Por causa dessa condição, ele era chamado de iCEO.

Entre os produtos de sucesso da Apple na segunda fase sob o comando de Jobs estão a nova linha de computadores iMac e os notebooks MacBook. A companhia ainda revolucionaria o mercado da tecnologia e da indústria fonográfica com o player de música iPod, o smartphone com tela sensível ao toque iPhone e o recente lançamento iPad, o primeiro tablet vendido massivamente.

Em 2004, Steve Jobs submeteu-se a uma cirurgia para a retirada de um tumor no pâncreas. Depois da data, o CEO (já sem a denominação de interino) aparecia ao público gradativamente mais magro, a cada apresentação de novos produtos. A perda de peso foi justificada como uma disfunção hormonal. Em janeiro de 2009, Jobs ausentou-se pela primeira vez da Apple, alegando precisar de tempo para dedicar à saúde. Seis meses depois, ainda mais magro, voltou a empresa que preside, apareceu em publico e disse ter realizado um transplante de fígado.

Em janeiro de 2011, Jobs ausentou-se pela segunda vez, novamente alegando problemas de saúde. Ainda mais magro e ofegante, Jobs fez uma participação especial e foi um dos destaques do evento para desenvolvedores da Apple, o WWDC, onde apresentou as novas versões do sistema operacional da companhia.

Steve Jobs foi casado com Laurene Powell com quem teve três filhos. O empresário também deixa uma fortuna estimada, segundo a revista “Forbes”, em US$ 8,3 bilhões. Ele também tinha 7% das ações da Disney, empresa da qual fazia parte do corpo diretivo e era o maior acionista físico.

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