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02/12/2011 - 14h52 / Atualizada 02/12/2011 - 14h57

Conheça dez dicas para comprar seu tablet

GUILHERME TAGIAROLI || Do UOL TECNOLOGIA
  • Escolha de tablet exige atenção em funções e recursos do computador portátil

    Escolha de tablet exige atenção em funções e recursos do computador portátil

Definitivamente, o ano de 2011 foi o ano dos tablets. O mercado desse tipo de computador passou de quatro modelos disponíveis no Brasil no fim de 2010 para quase 20 opções no fim de 2011 entre marcas renomadas e outras menos conhecidas. No entanto, diante de tantas opções e preços distintos (que variam conforme o hardware e o tamanho da tela), o internauta pode ficar perdido. Veja abaixo algumas dicas para você que quer comprar um tablet neste fim de ano.

1 - Você precisa de um tablet?

Antes de comprar um tablet (convenhamos: e qualquer outro produto) você precisa saber bem qual o uso desse eletrônico. Então vamos lá. Um tablet é um computador portátil em forma de prancheta caracterizado por uma tela sensível ao toque (as maiores são de 10 polegadas) e pela inicialização rápida (questão de 10 segundos).

Quem adquirir um deve ter em mente que ele foi pensado principalmente como plataforma para consumir conteúdo – e não, necessariamente, produzir conteúdo (por exemplo, digitar grandes textos, editar fotos ou vídeos).

Com um tablet, um usuário pode, basicamente, navegar na internet, ler e-mails, assistir a vídeos (aliás, a autonomia de bateria dos tablets é de cinco horas, no mínimo), escutar música, baixar e ler livros, usar o GPS para consultar um mapa e, por último e não menos nobre, jogar – as lojas de aplicativos contam com várias alternativas gratuitas e pagas. Esses programas adicionam novos recursos aos ultraportáteis, como no caso dos jogos ou leitores de livros digitais.

Aqui você confere um guia sobre a utilidade do iPad, o tablet da Apple (Os tablets já existiam antes de Steve Jobs apresentar seu modelo, mas foi a alternativa da Apple que popularizou o computador ultraportátil em forma de prancheta. Ou você cogitava comprar um desses antes de 2010?

2 - Armazenamento

Geralmente o preço dos tablets varia conforme a capacidade de armazenamento: quanto maior, mais caro é o aparelho. Logo, quem está interessado em comprar um ultraportátil deve ponderar se precisa, por exemplo, de 64 GB.

Esse fator depende muito do uso. Se você for apenas navegar na web, guardar algumas imagens, ler livros ou armazenar vídeos para assistir durante uma viagem, por exemplo, um tablet com 16 GB resolve bem a vida. Mas se a ideia é armazenar vários vídeos, arquivos de música e ainda baixar jogos pesados, os modelos a partir de 32 GB podem ser interessantes.

Considere também que, normalmente, o tablet não é seu único computador: você provavelmente terá outra máquina para armazenar os arquivos menos acessados ou poderá deixá-los na nuvem (servidores remotos acessados via internet). Se por outro lado você gosta de ter tudo à mão, vários modelos podem ter a capacidade de armazenamento aumentada com cartões micro SD – não é o caso da Apple, que só vende aparelhos com capacidade “fechada”.

3 - Tamanho da tela

Atualmente, pode-se dividir os tablets em dois tipos de modelos: os com tela de 7 polegadas e os com tela de 10 polegadas (aqui também entra o iPad que tem um display de 9,7’’).

Os de 7 polegadas são bons pela portabilidade – cabem tranquilamente em bolsas femininas e, com alguma boa vontade, se encaixam no bolso traseiro de calças masculinas. Os de 10 polegadas são mais difíceis de carregar, mas geralmente oferecem melhor resolução que os menores. Para carregá-los, só colocando em cases ou bolsas femininas daquelas caprichadas.

4 - Sistema operacional e aplicativos

Atualmente, há três plataformas disponíveis no mercado: Android (do Google), BlackBerry (da RIM) e o iOS (da Apple). A escolha implica nos aplicativos, pois esses programas estão atrelados ao sistema operacional. Veja abaixo algumas características que podem ajudar na escolha.

Android: o sistema do Google é baseado em plataforma aberta. Isso facilita, por exemplo, a transmissão de dados: quando você conecta um dispositivo ao computador, ele age como um pendrive. É só arrastar e soltar os arquivos. Além disso, o sistema é bonito, intuitivo e pode ser personalizado pela fabricante – o que torna um tablet diferente do outro.

A loja de aplicativos do Google, chamada Android Market, não divulga quantas alternativas estão disponíveis para tablets. Ao todo, estima-se que existam 500 mil aplicativos disponíveis (somando tablets e smartphones). O que acontece, muitas vezes, é a adaptação de um programa de celular para o ultraportátil, resultando assim na queda de qualidade.
BlackBerry: o sistema da RIM é intuitivo e multitarefa. Ele já vem redondo para quem tem um smartphone da marca. Permite, por exemplo, espelhar a tela do smartphone na do tablet.

A BlackBerry App World conta com 10 mil aplicativos. Mas, na próxima atualização do sistema operacional, quem tiver o tablet poderá baixar programas da Android Market.
iOS 5: o sistema da Apple é elegante e fácil de usar. Dificilmente apresenta problemas de instabilidade. A transmissão de arquivos (imagens, vídeos e fotos) quando feita via cabo não é tão simples, pois passa toda pelo programa iTunes. Por outro lado, a Apple também aposta no sistema iCloud, que sincroniza via internet os dados entre diferentes dispositivos da marca. Quem nunca teve algum produto da Apple (como iPod ou iPhone) pode sofrer um pouco no início da relação com o iTunes.

O iOS 5 (sistema da Apple) conta com cerca de 90 mil aplicativos específicos para tablet na App Store – boa parte deles não disponíveis no Brasil. O usuário pode instalar programas de celular (feitos para iPhone) e adequá-los à tela do tablet, o que resulta muitas vezes na perda de qualidade. Ao todo, a loja da Apple tem cerca de 600 mil aplicativos móveis.

5 - Processador

O processador é responsável, basicamente, pela rapidez na execução de tarefas do tablet. Atualmente, há aparelhos com processador de um único núcleo e dois núcleos (dual-core), sendo que essa segunda alternativa executa as tarefas de forma mais rápida. Geralmente, só haverá essa especificação se o produto tiver processador com dois núcleos (caso contrário, a informação não será divulgada).

Para uso simples (navegar na web, ler livros, instalar alguns jogos), um tablet com processador de um núcleo resolve. Quem pretende comprar um tablet para tarefas mais pesada, como jogos, por exemplo, deve optar por dual-core.

A alternativa mais robusta (dual-core) também é recomendada àqueles que compram um tablet para uso a longo prazo. Nesse caso vale a lógica da compra de um computador novo: é melhor adquirir um portátil com especificações que proporcionam “uma folga”, mesmo que você ainda não necessite desses recursos de hardware.

  • Divulgação

    Tablet Motorola Xoom foi o primeiro tablet a ser lançado com processador de dois núcleos

6 - Qualidade da câmera

Praticamente todos os tablets da nova geração têm câmeras, que possivelmente não fazem falta para as atividades mais cotidianas do portátil. A importância desse recurso dependerá de quanto você está disposto a andar por aí com um eletrônico de quase meio quilo para fazer fotos – se a câmera do seu celular for boa, por exemplo, a do tablet pode ser um acessório secundário. 

As câmeras nos tablets permitem fazer videoconferências usando, por exemplo, o Skype. Também há aplicativos que aproveitam esse recurso e permitem brincar com as imagens clicadas. Algo divertido, mas não essencial.

  • Steve Marcus/Reuters

    O Playbook tem o melhor conjunto de câmeras: 3 megapixels (frontal) e 5 megapixels (traseira)

7 - Só Wi-Fi ou Wi-Fi e 3G

A opção só com Wi-Fi limita a navegação de internet a locais que ofereçam essa alternativa – algo nem sempre disponível no Brasil. Também pode optar por um tablet só com Wi-Fi quem

tem smartphone com tethering (recurso de alguns celulares que compartilha a conexão de internet com outros dispositivos). Nesse segundo caso, a conexão do celular será transmitida ao tablet.

No entanto, há quem preferira ter internet móvel no próprio tablet para navegar em locais sem conexão Wi-Fi. Nesse caso, o usuário precisa ter um tablet com conexão 3G e contratar um serviço de internet móvel cobrado à parte.

8 - Flash ou não?

A tecnologia Flash, da Adobe, é uma das grandes responsáveis pela exibição vídeos e propagandas interativas na web. Os tablets com sistema BlackBerry e Android permitem visualizar páginas com esses recursos. Já o tablet da Apple exibe uma tela preta no lugar de uma animação em Flash.

No entanto, a tecnologia Flash para dispositivos móveis (smartphones e tablets) está com os dias contados. A própria Adobe, responsável pelo desenvolvimento da ferramenta, admitiu que passará a usar HTML 5 – tecnologia alternativa adotada pela Apple.

Logo, a presença ou não deste recurso (com os dias contatos nos portáteis), que já foi motivo de muita discussão, não faz mais tanta diferença.

  • Divulgação

    Tablet iPad, da Apple, foi o pioneiro em abandonar o suporte à tecnologia flash, da Adobe

9 - Tipos de conexões

A maioria dos tablets traz uma porta mini-USB (não confundir com a USB tradicional) para transferir imagens ou carregar a bateria, além de uma saída de som P2 – compatível com a maioria dos fones de ouvido.

Alguns trazem ainda porta mini-HDMI, que permitem ligar o tablet diretamente à televisão. Se este for o objetivo do usuário, deve levar em conta. Outros modelos mais raros têm também porta USB, o que facilita a transferência de arquivos.

10 – Quer pagar quanto?

Marcas que fabricam tablets no Brasil e adquiriram o PPB (Processo Produtivo Básico) – incentivo do Governo que reduz taxas de fábricas que produzem ao menos parte do equipamento no Brasil – já estão vendendo tablets a preços menores que os praticados na estreia. Fabricantes como Motorola, Samsung, Positivo e Semp Toshiba têm o benefício do Governo e reduziram o valor de seus produtos. Os tablets dessas marcas variam de R$ 800 a R$ 2.000.

A tendência é que com o tempo mais empresas mostrem interesse em fabricar os tablets no Brasil e ganhem incentivos fiscais do Governo. Um dos casos mais emblemáticos é o da Foxconn, que fabrica os tablets da Apple. Após uma série de especulações, a previsão é que os primeiros iPads brasileiros sejam fabricados em 2012, o que provocará uma queda de preço nos tablets da Apple – se você for louco por um tablet da Apple, o conselho é esperar [só não pergunte quando].

Atualmente, o iPad mais barato da Apple (com conexão Wi-Fi e 16 GB de armazenamento) custa R$ 1.649 no Brasil, enquanto a versão mais cara (com conexões Wi-Fi e 3G e 64 GB de armazenamento) sai por R$ 2.599.

Há ainda outra opção para quem quer comprar tablet que é pedir para alguém trazer dos Estados Unidos. Vários modelos comercializados no Brasil na faixa de R$ 1.500 são vendidos lá no varejo por cerca de US$ 500 – cota estabelecida pela Receita para produtos importados sem serem taxados. Acima disso, é necessário pagar impostos.

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