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23/01/2012 - 14h43 / Atualizada 23/01/2012 - 15h11

Mais dois homens envolvidos com o Megaupload são presos na Europa

Do UOL, em São Paulo*

Dois homens suspeitos de envolvimento com o Megaupload, site de compartilhamento de arquivos fechado pelo FBI (polícia federal americana), foram presos neste domingo (22) por autoridades policiais na Europa, informa a “Reuters”.

O alemão Sven Echternach, 39, que seria o “chefe de desenvolvimento de negócios” do Megaupload, viajou das Filipinas de volta à Alemanha e permanece preso lá; a lei alemã não permite que seus próprios cidadãos sejam extraditados do país.

Andrus Nomm, 32, da Estônia, programador de software e chefe da divisão de desenvolvimento do site, está preso na Holanda. As informações sobre a custódia dos presos foram dadas pela promotora do governo da Nova Zelândia, Anne Toohey.

Um cidadão da Eslováquia, Julius Bencko, designer gráfico, ainda é procurado pelas autoridades internacionais.

No total, seis pessoas ligadas ao Megaupload foram presas até o momento. Em Auckland, na Nova Zelândia, foram presos Bram van der Kolk, Finn Batato, Mathias Ortmann, e o fundador do site, Kim ''Dotcom'' Schmitz. Entre as acusações que recaem sobre os suspeitos estão lavagem de dinheiro e infrações graves de direitos autorais. A pena máxima pelos crimes, nos Estados Unidos, é de 20 anos.

Entenda o caso

Na última quinta-feira (19), o FBI, polícia federal dos Estados Unidos, restringiu o acesso ao site de compartilhamento Megaupload, que saiu do ar. De acordo com a autoridade policial americana, o site “promove a distribuição em massa” de conteúdo protegido por direitos autorais. O grupo hacker Anonymous revidou à operação da polícia na própria quinta, convocando ataques a sites (veja como funciona).

Além de Kim Schmitz (conhecido como Kim Dotcom), fundador do site, que mora na Nova Zelândia, outros cinco funcionários do site foram presos; três deles na Nova Zelândia, um na Alemanha e outro na Holanda.

Um tribunal neozelandês ordenou nesta segunda-feira (23) que Dotcom permaneça preso. O criador do Megaupload nega acusações de pirataria na internet e lavagem de dinheiro e diz que as autoridades estão tentando fazer a pior imagem possível dele.

Fundador do Megaupload continua preso na Nova Zelândia

Agora as autoridades norte-americanas querem extraditar Dotcom sob alegações de que ele arquitetou um esquema que arrecadou mais de US$ 175 milhões em poucos anos, copiando e distribuindo sem autorização músicas, filmes e outros conteúdos protegidos por direitos autorais. A defesa argumenta que o Megaupload.com simplesmente oferecia armazenamento online.

'Indústria do crime'

A “indústria do crime”, como cita o FBI, é chefiada por Kim Dotcom, fundador do Megaupload, que mantém residência na Nova Zelândia e em Hong Kong, sede do site de compartilhamento.

“Por mais de cinco anos, o site operou de forma ilegal reproduzindo e distribuindo cópias de trabalhos protegidos por direitos autorais, incluindo filmes – disponíveis no site antes do lançamento –, músicas, programas de TV, livros eletrônicos e softwares da área de negócios e entretenimento”, diz o órgão.

O site Megaupload tem mais de 150 milhões usuários registrados, 50 milhões de visitantes diários e soma 4% de todo tráfego da internet mundial.

De acordo com o FBI, o modelo de negócios do site de compartilhamento de arquivos promovia o upload de cópias ilegais. Tanto é que o usuário era recompensado pelo site quando incluía arquivos que eram baixados muitas vezes. Além disso, o Megaupload pagava usuários para criação de sites com links que levavam para o serviço.

Conforme alegado no processo, os administradores do site não colaboraram na remoção de contas que infringiam direitos autorais, quando solicitados pelas autoridades. Para citar o “descaso” da empresa, o FBI comenta que quando solicitado, o site ia lá e removia apenas uma cópia, deixando disponível outras milhares de cópias do arquivo pirateado.

*Com informações da Reuters

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