Collin Gunn, gângster condenado a 35 anos de prisão por ser o mandante de um assassinato, acessou por pelo menos 2 meses seu perfil no Facebook da prisão
Cerca de 350 perfis no Facebook usados por detentos foram descobertos e desativados nos últimos dois anos após ação do Ministério da Justiça da Inglaterra, informa o “Mail Online”. Isso demonstraria, denunciam grupos de apoio a vítimas de violência, que a prática está se tornando cada vez mais comum por falhas graves de segurança nas prisões do país.
Os prisioneiros estariam aproveitando brechas de segurança para ter acesso a celulares. De dentro da prisão, pelos aparelhos, eles usam perfis no Facebook para assediar vítimas e continuar a gerenciar negócios ilícitos.
Desde que o problema foi revelado pela primeira vez, pelo então ministro da Justiça na Inglaterra, Jack Straw, 143 perfis foram removidos pelo Facebook entre julho de 2009 e junho de 2010. Outros 199 foram excluídos durante 2011.
Segundo Javed Khan, chefe-executivo da ONG Victim Support, que presta apoio a vítimas de violência, permitir que detentos possam usar o Facebook da prisão, é “zombar da ideia de que eles estão sendo punidos”. “Além disso, é insulto e injúria, quando eles usam o perfil para intimidar vítimas e testemunhas. Gostaríamos que isso fosse mais controlado e monitorado”, completa.
Jean Taylor, representante da Families Fighting for Justice, que auxilia famílias de vítimas de violência, afirma que o assédio a essas pessoas via Facebook funciona assim como a tortura. “Eles estão conseguindo escapar quando torturam suas vítimas; redes sociais deviam fiscalizar isso muito mais de perto”, disse ao “Mail Online”.
Entre os casos citados pelo “Mail Online”, está o do chefe de quadrilha condenado a 35 anos de prisão por ser o mandante de um assassinato, Collin Gunn. Da prisão, ele acessou por pelo menos dois meses um perfil no Facebook, no qual tinha 565 “amigos”. “Eu estarei em casa um dia desses e mal posso esperar para olhar nos olhos de certas pessoas e ver o medo que sentem de mim”, escreveu Gunn.
Em outro caso, o de Jade Braithwaite, 22, condenado pelo assassinato do adolescente de 16 anos, Ben Kinsella, o criminoso começou a acessar o Facebook seis meses depois de receber a sentença. Entre os posts publicados, vários ameaçavam a família da vítima. “Minha família e eu ficamos horrorizados em saber que ele acessava o FAcebook de dentro da prisão – e ver que ele usava o site para dizer que era inocente era perturbador”, reclamou Brooke Kinsella, irmã da vítima.
