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Campus Party 2012

Notícias, fotos e vídeos sobre o acampamento para fãs de tecnologia, realizado de 6 a 12 de fevereiro em São Paulo

  • Imagem: Willians Valente/UOL

10/02/2012 - 21h13 / Atualizada 10/02/2012 - 21h27

Assembleia de campuseiros vira 'lavação de roupa suja'; organização promete segurança

Guilherme Tagiaroli
Do UOL, em São Paulo

Na noite desta sexta-feira (10), vários campuseiros protestaram – carregando barracas no ar -- contra os roubos registrados durante a Campus Party 2012, no Anhembi. A mobilização fez Mario Teza, um dos organizadores do evento, parar a palestra de Julien Forgeaud, executivo da empresa de “Angry Birds”, para convocar uma assembleia. Começou então uma “lavação de roupa suja” entre representantes do evento e os participantes, que reclamam sobre a falta de segurança no local. A organização prometeu aumentar o quadro de funcionários para fiscalizar a área de camping.

Os participantes relataram a facilidade em entrar na área paga do evento. Eles também afirmaram que os seguranças, em vez de cuidarem da área de camping, dormem durante a noite. Queixaram-se sobre a política “austera”, que não deixou uma garota entrar com um alicate de unha. E falaram sobre uma presença que causou surpresa no local: “Como pode uma mendiga entrar no evento?”, questionou um dos participantes.

“Se isso aconteceu, vamos notificar a área de segurança para cuidar de perto do problema”, respondeu Teza a um dos campuseiros. “ A partir desta noite, vamos pedir aos seguranças para checarem se as pessoas que estão nas barracas de fato pertencem a elas.” A Campus Party começou na segunda-feira (6) e vai até domingo (12).

Outro ponto levantado pelos campuseiros diz respeito ao efetivo de segurança. “Não divulgamos o contigente por questão estratégica. O que eu posso garantir é que vocês vão notar mais pessoas uniformizadas”, disse Teza, vaiado pelos campuseiros. O organizador comentou que há vários seguranças à paisana presentes no evento.

Para o ano que vem, a organização disse que tentará contratar uma empresa de segurança que trabalha com RFID, etiqueta de radiofrequência. Dessa forma, explicou Teza, os eletrônicos da pessoa seriam monitorados como as peças de uma loja de roupas.

Furtos
Muitos presentes relataram pequenos furtos de periféricos – sobretudo mouses – e alguns poucos comentaram sobre o sumiço de computadores. “Campuseiro não rouba campuseiro. Isso é coisa de quadrilhas especializadas no roubo de eletrônicos, algo muito comum em São Paulo”, disse Teza.

  • Guilherme Tagiaroli/UOL

    Campuseira relata que roupas, celular e dinheiro foram levados de sua barraca

A campuseira Nilma Santos, 20, afirma ter sido furtada na madrugada de quinta (9) para sexta-feira na área de camping da Campus Party 2012. Nilma diz que, de eletrônico, somente seu celular desapareceu. A jovem que foi até o evento com a caravana da Bahia disse que também sumiram de sua barraca dinheiro, roupas, brindes. “As roupas estavam todas molhadas na barraca", disse ao UOL Tecnologia.

A campuseira registrou a ocorrência no Deatur (Delegacia de Apoio ao Turista), que fica bem em frente ao local do evento, no Anhembi. Segundo ela, a organização pediu a que esperasse até domingo (12), último dia do evento, para ver o que será feito.

O mesmo pedido (esperar até o fim do evento) foi feito para Kenneth Corrêa, 28. Ele relata que estava assistindo a uma palestra sobre desenvolvimento na linguagem PHP quando começou a chover na última terça-feira (7).  Assustados, os participantes deixaram as cadeiras com medo de o palco cair. Nessa hora, Corrêa olhou para o lado e disse ter notado o sumiço de sua mochila. O prejuízo, estimado por ele mesmo, foi de R$ 4 mil.


Prisão
Na tarde de quinta-feira (9), a polícia prendeu um jovem colombiano que furtou três laptops de campuseiros. Ele, segundo testemunha ouvida pela reportagem, conseguiu entrar no evento sem identificação e colocou os computadores em uma mochila. Um participante estranhou o comportamento do suspeito e alertou os responsáveis. Em tese, sem credencial ou mesmo com a credencial de outra pessoa, o suspeito não poderia nem ter entrado.

Apesar de a própria polícia ter apontado o campuseiro como testemunha, a organização do evento tem outra versão para a história. Em comunicado emitido poucos minutos após o flagrante, a assessoria de imprensa informou que o suspeito foi preso em função do “forte esquema de segurança”. “Houve o flagrante de um suspeito que portava três notebooks em sua mochila ao passar pela segurança que monitora a saída da Arena dos Campuseiros”, informou a nota.

Questionada sobre o número de ocorrências durante o evento, a Deatur informou que só terá informação consolidada no domingo (12), dia que os campuseiros deixam o local.

Outras reclamações
Outro campuseiro também afetado por furto é o estudante Miguel Povh, 20. Ele disse ter tido seu mouse furtado, enquanto participava de uma oficina para modificação de gabinetes. “Estava ajudando na área de modding e, quando eu voltei, até brinquei com os meus amigos perguntando com quem estava. No entanto, meu mouse foi mesmo roubado”, disse.

Apesar de ser apenas um mouse, Miguel disse que o periférico era específico para jogos e custa aproximadamente R$ 200. “Eu não sei como o cara conseguiu tirar meu mouse. Estava uma ‘emboleira’ de fios, que eu nunca imaginei que alguém teria paciência para desconectar o mouse.”

O sistema de segurança da Campus Party checa a credencial e a etiqueta do computador da pessoa para que ela possa entrar e sair na área de campuseiros. Mas segundo relatos de participantes, em algumas ocasiões a segurança apenas confere o rosto da pessoa, sem verificar se o computador na mochila, de fato, pertence ao portador.

Outro ponto lembrado pelos participantes é a falta de cadastro para tablets. Enquanto os computadores (laptops, netbooks e desktops) devem ser catalogados e etiquetados, os portáteis não têm este tipo de tratamento, mesmo que em alguns casos os tablets sejam mais caros que “computadores convencionais”. 

A assessoria de comunicação do evento foi procurada para saber o motivo pelo qual os tablets não são cadastrados, mas até a publicação desta reportagem não houve resposta.

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