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Campus Party 2012

Notícias, fotos e vídeos sobre o acampamento para fãs de tecnologia, realizado de 6 a 12 de fevereiro em São Paulo

  • Imagem: Willians Valente/UOL

10/02/2012 - 13h30 / Atualizada 10/02/2012 - 13h36

Participantes da Campus Party denunciam furto de PCs e gadgets; um suspeito foi preso

Guilherme Tagiaroli
Do UOL, em São Paulo
  • Por uma semana, os campuseiros dormem em barracas e não desgrudam do computador

    Por uma semana, os campuseiros dormem em barracas e não desgrudam do computador

Reunir 7.000 pessoas e seus computadores em um local dá uma margem enorme para furto. E na Campus Party 2012, por vacilo do dono ou malandragem de infiltrados, não foi diferente: vários usuários tiveram de periféricos a computadores portáteis furtados durante o evento. 

Na tarde de quinta-feira (9), a polícia prendeu um jovem colombiano que furtou três laptops de campuseiros. Ele, segundo testemunha ouvida pela reportagem, conseguiu entrar no evento sem identificação e colocou os computadores em uma mochila. Um participante estranhou o comportamento do suspeito e alertou os responsáveis. Em tese, sem credencial ou mesmo com a credencial de outra pessoa, o suspeito não poderia nem ter entrado.

Apesar de a própria polícia ter apontado o campuseiro como testemunha, a organização do evento tem outra versão para a história. Em comunicado emitido poucos minutos após o flagrante, a assessoria de imprensa informou que o suspeito foi preso em função do “forte esquema de segurança”. “Houve o flagrante de um suspeito que portava três notebooks em sua mochila ao passar pela segurança que monitora a saída da Arena dos Campuseiros”, informou a nota.

Segundo informações do Deatur, (Delegacia de Apoio ao Turista), o suspeito diz ser colombiano e foi levado para um centro de detenção provisória na madrugada de quinta para sexta-feira. A polícia ainda apura se ele agiu sozinho ou teve ajuda de outras pessoas.

Questionada sobre o número de ocorrências durante o evento, a Deatur (que tem um posto logo em frente ao Pavilhão de Exposições do Anhembi) informou que só terá informação consolidada no domingo (12), dia que os campuseiros deixam o local. No entanto, durante contato telefônico o investigador informou que, na manhã desta sexta-feira (10), outro participante do evento havia registrado o furto de seus eletrônicos.

Mão leve

O campuseiro Kenneth Corrêa, 28, estava assistindo a uma palestra sobre desenvolvimento na linguagem PHP quando começou a chover na última terça-feira (7).  Assustados, os participantes começaram a deixar as cadeiras com medo de o palco cair. Nesta hora, Corrêa olhou para o lado e disse ter notado o sumiço de sua mochila. O prejuízo, estimado por ele mesmo, foi de R$ 4 mil.

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    Kenneth Corrêa, 28, disse que sua mochila foi furtada enquanto estava em palestra do evento

Na mochila de Kenneth Corrêa havia um notebook Sony Vaio antigo, um iPad de 16 GB Wi-Fi, um HD externo de 1,5 terabyte, uma filmadora de mão e documentos de sua empresa. Corrêa fez boletim de ocorrência e relatou o incidente para a organização do evento.

  • Guilherme Tagiaroli/UOL

    O estudante Miguel Povh, 20, teve seu mouse furtado, enquanto participava de oficina de modding

“Eles disseram que não podem fazer nada até o fim do evento, quando os campuseiros devem passar pela área de raio-x”, explicou Corrêa. Segundo o participante da Campus Party, ao notificar o furto à organização,  um advogado do evento lhe deu um cartão pedindo para entrar em contato na segunda (13), caso sua mochila com os eletrônicos não reapareça.

Para não desperdiçar a velocidade de 20 Gbps do evento, ele foi de metrô até a casa da irmã para pegar um notebook emprestado.

Outro campuseiro também afetado por furto é o estudante Miguel Povh, 20. Ele disse ter tido seu mouse furtado, enquanto participava de uma oficina para modificação de gabinetes. “Estava ajudando na área de modding e, quando eu voltei, até brinquei com os meus amigos perguntando com quem estava. No entanto, meu mouse foi mesmo roubado”, disse.

Apesar de ser apenas um mouse, Miguel disse que o periférico era específico para jogos e custa aproximadamente R$ 200. “Eu não sei como o cara conseguiu tirar meu mouse. Estava uma ‘emboleira’ de fios, que eu nunca imaginei que alguém teria paciência para desconectar o mouse.”

Outras reclamações

O sistema de segurança da Campus Party checa a credencial e a etiqueta do computador da pessoa para que ela possa entrar e sair na área de campuseiros. Mas segundo relatos de participantes, em algumas ocasiões a segurança apenas confere o rosto da pessoa, sem verificar se o computador na mochila, de fato, pertence ao portador.

Outro ponto lembrado pelos participantes é a falta de cadastro para tablets. Enquanto os computadores (laptops, netbooks e desktops) devem ser catalogados e etiquetados, os portáteis não têm este tipo de tratamento, mesmo que em alguns casos os tablets sejam mais caros que “computadores convencionais”. 

A assessoria de comunicação do evento foi procurada para saber o motivo pelo qual os tablets não são cadastrados, mas até a publicação desta reportagem não houve resposta.

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