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13/02/2012 - 12h04 / Atualizada 13/02/2012 - 16h46

Apple diz que vai investigar maus tratos a trabalhadores da Foxconn na China

Do UOL, em São Paulo
  • Trabalhadores em fábrica da empresa Foxconn na China; empresa é suspeita de abusar de funcionários

    Trabalhadores em fábrica da empresa Foxconn na China; empresa é suspeita de abusar de funcionários

A Apple anunciou nesta segunda-feira (13) que a Fair Labor Association (FLA), associação americana que defende os direitos trabalhistas, vai investigar denúncias nas fábricas da Foxconn de Shenzhen e Chengdu, ambas localizadas na China. Segundo a companhia americana, os trabalhos começaram na manhã desta segunda na fábrica de Shenzhen, também conhecida como “Cidade da Foxconn”. Essas fábricas são responsáveis pela fabricação de eletrônicos como o iPad e o iPhone.

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A Fair Labor Association entrevistará, de acordo com a Apple, milhares de empregados sobre as condições de vida, trabalho, saúde, compensação e até sobre as horas trabalhadas na fabricação de dispositivos da empresa. Além disso, a organização também irá inspecionar dormitórios, a fábrica e outras dependências utilizadas por funcionários da companhia.

“Nós acreditamos que os trabalhadores têm direito a um ambiente de trabalho justo e seguro. Por isso nós pedimos para a FLA avaliar o desempenho de nosso maior fornecedor”, disse Tim Cook, diretor-executivo da Apple.  "Não há precedentes de inspeções semelhantes na indústria tanto em escala e abrangência. E nós admiramos o fato de a FLA ter concordado em dar um passo incomum de analisar as fábricas em seus relatórios."

Segundo o comunicado da Apple, os fornecedores da companhia concordaram com a inspeção da Fair Labor Association. As conclusões e recomendações do relatório da organização serão postadas em seu próprio site (www.fairlabor.org) em março. As fábricas da Quanta e Pegatron, também fornecedoras da Apple, também serão investigadas ainda no primeiro semestre. 

Explosão e suicídios
A polêmica sobre as péssimas condições de trabalho em que se encontram os funcionários da Foxconn na China ganhou força recentemente quando o jornal “New York Times” publicou uma reportagem sobre uma explosão em maio de 2011, que matou um funcionário.

No ano passado, em um período de sete meses, duas explosões em fábricas do iPad mataram quatro pessoas e deixaram ao menos 77 feridas.

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“Nos últimos dez anos, a Apple se tornou uma das mais poderosas companhias do planeta, em parte, porque aprendeu a dominar a arte da fabricação mundial. Mas os operários que montam os iPhones, iPads e afins, muitas vezes, trabalham em condições precárias, segundo trabalhadores dessas fábricas, defensores dos direitos trabalhistas e documentos divulgados pelas empresas. Os problemas variam de ambientes de trabalho complicados a falhas de segurança graves, por vezes fatais”, afirma o jornal.

Com frequência, continua, os trabalhadores enfrentam muitas horas extras, às vezes sete dias por semana, e também moram em dormitórios lotados da própria fábrica. Nos locais também há trabalho de menores de idade.  

Nos últimos anos, foram frequentes os relatos sobre suicídios de funcionários dentro da Foxconn (entre 2010 e 2011 foram mais de 20 casos)

‘Preocupação com trabalhador’
Em resposta à reportagem do “NYT”, Cook enviou uma carta aos funcionários no final de janeiro dizendo que a Apple “se preocupa com cada trabalhador de sua rede de fornecedores mundial”, embora “algumas pessoas estejam questionando os valores da empresa”.

“Qualquer acidente é profundamente preocupante, qualquer problema com as condições de trabalho é motivo de preocupação. Qualquer insinuação de que nós não nos importamos é patentemente falsa e ofensiva”, frisou o CEO da Apple.

Na carta, Cook prossegue dizendo que as acusações feitas são contrárias aos valores mantidos pela Apple. “Para centenas de vocês que estão trabalhando em nossa cadeia de fornecedores ao redor do mundo ou passando longas horas trabalhando longe de suas família, sei que estão indignados com isso tanto quando eu”, queixou-se.

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