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13/02/2012 - 10h36 / Atualizada 13/02/2012 - 11h05

Blogueiro saudita é deportado da Malásia por insultar Maomé no Twitter

Do UOL, em São Paulo
  • Imagem mostra internauta checando conta no Twitter em um café em Riyadh, na Arábia Saudita; jovem blogueiro saudita foi deportado da Malásia, mas pode ser executado em seu país

    Imagem mostra internauta checando conta no Twitter em um café em Riyadh, na Arábia Saudita; jovem blogueiro saudita foi deportado da Malásia, mas pode ser executado em seu país

O blogueiro Hamza Kashgari, 23, foi deportado da Malásia neste domingo (12) após fazer comentários que insultavam diretamente o profeta Maomé, líder da religião islâmica. A medida foi tomada mesmo com a apreensão de que ele possa ser sentenciado com pena de morte na Arábia Saudita, seu país de origem.

Kashgari provocou indignação das lideranças religiosas da Malásia pela postagem de comentários no dia do aniversário de Maomé há uma semana. Alguns até sugeriram a pena de morte pelas declarações do blogueiro.

  • Reprodução/The Daily Beast

    O blogueiro saudita Hamza Kashgari, 23, foi deportado da Malásia por falar mal de Maomé

As mensagens postadas pelo jovem não estão mais disponíveis no Twitter, pois ele as apagou. No entanto, segundo a mídia local, ele havia expressado sua visão contraditória a respeito de Maomé, que reflete seu amor e ódio pelo líder islâmico. Em entrevista, o blogueiro afirmou que estava sendo bode expiatório de um conflito maior. "Eu amei o rebelde que a dentro de ti, mas eu não gosto dos 'halos' de divindade ao seu redor. Não irei rezar para você.Vou te cumprimentar da mesma forma que faria com um amigo", escreveu o jovem, de acordo com o site americano "The Daily Beast".

“O escritor saudita foi repatriado para seu país de origem na manhã deste domingo. Esse é um assunto interno saudita que nós não podemos comentar”, disse um porta-voz da polícia à agência Reuters.

A Malásia tem uma relação muito próxima com países do Oriente Médio pelo fato de terem a mesma religião. Apesar de ser aliada dos Estados Unidos,  a decisão de extradição do governo da Malásia, que é considerada uma nação islâmica moderada, é controversa.

“Os clérigos sauditas já estão convencidos que Kashgari é um apóstata, que deve ser punido”, disse Christoph Wilcke, pesquisador de direitos humanos no Oriente Médio.

Blasfêmia é um crime passível de pena de morte na Arábia Saudita, em função da interpretação da Charia, código de leis da religião islâmica. Em comparação, na Malásia, não é considerado um crime cuja pena é a morte. (Com Reuters)

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