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01/03/2012 - 11h03 / Atualizada 27/03/2012 - 19h57

"Não sou o rei da pirataria", diz fundador do site Megaupload

Do UOL, em São Paulo
  • Kim Dotcom, fundador do Megaupload, deixa prisão após pagar fiança em 21 de fevereiro

    Kim Dotcom, fundador do Megaupload, deixa prisão após pagar fiança em 21 de fevereiro

Eu sua primeira grande entrevista após ser solto, Kim "Dotcom" Schmitz, fundador do site de compartilhamento de arquivos Megaupload, negou que seu site distribua pirataria em massa. “Eu não sou o rei da pirataria. Eu apenas ofereço armazenamento online e banda para os usuários”, disse. A entrevista foi realizada pela rede de TV “3news” da Nova Zelândia nesta quinta-feira (1º).

O fundador do Megaupload deixou claro que acha que o FBI agiu apenas por motivação política. Ele até chegou a comparar o tipo de retaliação usada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos ao poder bélico utilizado na guerra do Iraque. “É como as armas de destruição em massa utilizadas no Iraque. Se você quer pegar alguém e tem um interesse político, você dirá o que for preciso”, disse Kim Dotcom em entrevista.

Quanto ao pedido de extradição do governo americano, o empresário alemão criticou duramente os Estados Unidos. O país, que quer que ele responda por infração de direitos autorais, criou “invenções e mentiras” sobre Dotcom.

Sistema ultrapassado

Durante a entrevista, Kim Dotcom também discorreu sobre a pirataria em âmbito mundial e disse que o sistema atual é ultrapassado. “A pirataria vem de pessoas que não têm acesso a filmes ao mesmo tempo em que eles são lançados nos Estados Unidos”, explicou.

“Se o modelo de negócios fosse único, onde todos tivessem acesso ao conteúdo simultaneamente, não haveria pirataria. Em minha opinião, o governo americano protege um modelo de negócio monopolista e que não funciona na era da internet.”

Defesa

O site Megaupload não é o único que trabalha com a ideia de compartilhamento de arquivos. No entanto, Dotcom afirma não entender o motivo pelo qual apenas o dele foi fechado e considerado o “maior pirata do mundo.”.

O argumento utilizado para Dotcom para atacar a o fechamento do site pelo FBI é a lei americana. Segundo ele, de acordo com a Constituição do país, ninguém pode ser responsabilizado pela ação de terceiros – no caso, os usuários que, supostamente, utilizavam o serviço para distribuir arquivos que infringem os direitos autorais.

Além disso, o site Megaupload, segundo ele, sempre removeu conteúdos piratas. Os usuários, ao utilizar o serviço, tinham que concordar com os termos de serviço que proíbe o upload de arquivos que infringem os direitos autorais. Inclusive, a empresa trabalhava com 180 parceiros, incluindo “a Microsoft e estúdios de cinema”, que tinham um acesso especial ao site e podiam remover os links de programas ou filmes piratas.

Histórico

Kim Dotcom foi preso no dia 20 de janeiro na Nova Zelândia – um dia após o FBI, polícia federal americana, ter fechado o site Megaupload, que tem servidores nos Estados Unidos. A razão para a prisão e o fechamento do site foi que o site de compartilhamento promovia pirataria em massa na internet.

Após várias tentativas de pedido para responder o processo em liberdade, o fundador do site foi solto após pagar fiança no dia 21 de fevereiro em Auckland, na Nova Zelândia, onde mantém residência. (The Guardian)

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