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06/03/2012 - 17h47

Hackers invadem site da Barcas S/A e ameaçam divulgar dados da concessionária

Hanrrikson de Andrade
Do UOL, no Rio
  • Além da ameaça, os hackers publicaram uma série de críticas ao serviço de barcas

    Além da ameaça, os hackers publicaram uma série de críticas ao serviço de barcas

Hackers do grupo "Anonymous" promoveram nesta terça-feira (6) um ataque contra o site da concessionária Barcas S/A, responsável pelo transporte de barcas e catamarãs na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Há quatro dias, o preço da passagem passou de R$ 2,80 para R$ 4,50, dando origem a protestos.

O grupo - que é contra o aumento de mais de 60% no valor das tarifas - aproveitou o espaço destinado às notícias publicadas pela assessoria da empresa para divulgar uma ameaça: "E quanto a vocês das barcas, estamos com acesso aos seus sistemas e estamos encontrando coisas interessantes. Aguarde o wikileaks".

A mensagem esteve no ar até que a página virtual fosse derrubada pela própria equipe técnica da concessionária, por motivos de segurança. No último sábado (3), hackers já tinham vazado dados pessoais dos deputados estaduais que votaram a favor do reajuste das tarifas das barcas e catamarãs. A autoria do ataque também foi reivindicada pelo grupo "Anonymous".

Críticas

Além da ameaça, a mensagem dos hackers apresentava uma série de críticas às condições do serviço oferecido pela Barcas S/A. A concessionária ainda não se pronunciou sobre o ataque.

"Bancos rasgados, pedados do teto despencado, banheiros sujos, insetos, ferrugem, coletes sem data de fabricação ou validade e extintores de incêndio em falta. Esse é o conjunto de 'vantagens' que a Barcas S.A oferece em troca do aumento de 60,7% no valor da passagem. E quando a população protesta, é coagida pela polícia ou são ameaçados com multas milionárias".

O "Anonymous" referia-se a uma liminar concedida à concessionária, na última quarta-feira (29), que impede o PSOL de organizar ou participar de manifestações contra o aumento de passagens. Caso não obedeça a ordem, o partido poderá pagar uma multa de R$ 5 milhões.

No dia seguinte ao posicionamento da Justiça, cerca de 300 pessoas promoveram um protesto em frente à estação das barcas em Niterói, na região metropolitana do Estado. Policiais do Batalhão de Choque foram ao local para acompanhar a movimentação dos manifestantes.

O PSOL qualificou como "cerceamento dos direitos democráticos" a atitude das Barcas S/A de tentar impedir um partido político de exercer seu direito de protestar.

"É inadmissível que um partido corra o risco de ser multado em R$ 5 milhões por se indignar contra uma afronta à população, enquanto a Barcas S/A, que vem castigando seus usuários com um serviço de péssima qualidade, não seja penalizada pelas autoridades estaduais", disse a presidente do PSOL-RJ, deputada estadual Janira Rocha, ao comentar a decisão.

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