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07/03/2012 - 07h00 / Atualizada 15/03/2012 - 19h43

Consumidores dão dicas do que atentar ao comprar um televisor 3D

Danilo Poveza
Do UOL, em São Paulo
  • Óculos 3D na International Consumer Electronics Show, que mostra novidades do setor

    Óculos 3D na International Consumer Electronics Show, que mostra novidades do setor

A tecnologia 3D tem levado filmes para o Oscar de efeitos visuais e ajudado a impulsionar as bilheterias. Paralelo ao sucesso no cinema, o interesse do público pelo efeito tridimensional dentro de casa movimenta o mercado dos televisores. No Brasil, pelo menos três marcas com a tecnologia são oferecidas em lojas do ramo a preços mais próximos dos aparelhos de TV comuns, especialmente se comparados a 2009, quando os modelos chegavam ao comércio nacional com preços altos e gerando vendas bem abaixo do esperado. Segundo a consultoria GFK, entre janeiro e agosto de 2011 houve um aumento de 115% nas vendas do produto, combinado a uma queda de 38% do preço médio.

“As lojas já vendem o pacote, com aparelho de blu-ray e o home theater, por preços que não são mais tão caros”, diz o maquiador Oswaldo Pires, que comprou o seu kit há quatro meses. Atualmente, o preço médio do aparelho 3D LED de 42 polegadas adquirido por Oswaldo é de R$ 3.600, enquanto a TV da mesma marca e com as mesmas características, mas sem a tecnologia, tem custo médio de R$ 2.722.

Peri Zorzella, DJ, comprou uma televisão deste tipo no Rio de Janeiro há oito meses. “Tinha o hábito de baixar filmes desde 2004 e a vendedora me explicou que também dava para fazer download de filmes 3D”, aponta como uma das razões da compra. O tamanho do arquivo de um filme 3D, no entanto, é bem maior, demorando mais tempo para ser baixado -- o que não é um grande problema se a conexão de internet for veloz. “Filmes comuns não chegavam a 1 gigabyte e os filmes 3D têm em torno de 15 gigabytes”, explica Peri.

Óculos ativos e passivos

  • Odd Andersen/AFP

    Utilização de óculos tipo passivos dispensa uso de baterias

Os óculos que o DJ utiliza são do tipo ativo, ou seja, precisam ser carregados com bateria. Esta é uma diferença importante na escolha do modelo de televisor. Há uma geração que utiliza óculos do tipo passivo, sem necessidade de baterias, como aqueles distribuídos no cinema, e outra que utiliza os ativos. Os fabricantes da tecnologia de óculos ativos afirmam que estes captam toda a qualidade do vídeo de alta definição, enquanto os modelos passivos aproveitam só metade dos pixels de cada filme -- os preços também variam bastante (leia aqui mais sobre o assunto). “Comprei o modelo com pilhas e fiz um estoque de bateria, estou satisfeito”, diz Peri.

Já o aparelho que Oswaldo Pires comprou em Santos (SP) usa a tecnologia de óculos passivos. “Fiz os testes na loja e não achei a diferença que falavam. Preferi o modelo parecido com o de cinema porque os óculos eram mais leves e mais fáceis de repor.”

O médico Fábio Russo, de Osasco (SP), comprou seu televisor há oito meses também com a tecnologia dos óculos passivos. “Pouco depois [que comprei a TV 3D] veio a tecnologia com óculos sem bateria e até penso em trocar, mas estou bem satisfeito até agora. Gosto de comprar os filmes em blu-ray, sou super cinéfilo, só não consigo aproveitar a conversão do aparelho porque na minha área não sou atendido por sinal digital”, lamenta.

Sinal digital da operadora

O ponto a que o médico se refere deve ser levado em consideração. O efeito 3D, que precisa do aparelho blu-ray em vez de DVD comum, também é possível na conversão de filmes 2D para 3D. A televisão faz isso desde que o sinal recebido da operadora seja digital. No entanto, mesmo em bairros atendidos por canal a cabo, apenas alguns recebem este sinal, pago com taxa à parte dos pacotes de televisão por assinatura.

Para Oswaldo Pires, que é atendido por sinal digital, o investimento compensa. “A televisão dá profundidade para os filmes comuns e, de qualquer forma, vejo tudo com mais nitidez. O médico Fábio, que apenas pode ver os filmes pelo aparelho blu-ray, concorda. “A nitidez é impressionante e não sinto o que dizem sobre dores de cabeça, até porque sempre faço uma paradinha e a televisão avisa que isso é preciso."

Cuidados para decidir a compra de uma TV 3D

Download de filmes Óculos 3D Sinal digital Blu-ray
Se planeja fazer downloads de filmes pela internet, estude aumentar seu plano de conexão. Os arquivos de filme 3D são dez vezes maiores que os de filmes comuns. Compare a tecnologia de óculos ativos e passivos. Os ativos recebem melhor a qualidade de imagens, mas precisam de bateria. Já os passivos são mais leves, não levam pilha, mas captam qualidade inferior. Saiba mais sobre o assunto. Parte da experiência 3D é transformar filmes 2D em tridimensionais. Mas é preciso receber da operador a cabo um sinal digital. Verifique se o bairro onde está é atendido por esse sistema e o valor do pacote. Na tecnologia 3D os aparelhos comuns de DVD não funcionam. Considere que será preciso comprar um aparelho de blu-ray se ainda não o tiver. O acervo das locadoras de disco blu-ray também é menor que o de DVD comuns.

Cansaço muscular

Esta "paradinha" citada por Fábio é importante. Osvaldo Travassos, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, explica que ocorre um esforço no músculo dos olhos para ambos convergirem ao ponto em que os objetos saltam da tela e a profundidade do filme aparece. “Parecido com o esforço que os músculos fazem para ler um livro, os músculos puxam o olho para o centro do nariz. Por isso, vale a mesma recomendação de olhar para um objeto longe a cada vinte minutos, isso diminui o desconforto. A concentração também faz pestanejarmos menos", explica.

Parecido com o esforço que os músculos fazem para ler um livro, os músculos puxam o olho para o centro do nariz. Por isso, vale a recomendação de olhar para um objeto longe a cada vinte minutos.

Osvaldo Travassos, oftalmologista

Para Travassos, a limpeza dos óculos também é “ponto capital”. Dessa forma, evita-se que germes de um olho com conjutivite contaminem outra pessoa.

“Desde 1976 realizo minhas aulas utilizando equipamentos que gravavam em profundidade e hoje, com a TV 3D de cristal líquido, também é possível, por exemplo, discutir a situação de um paciente via internet”, conta, destacando que a tecnologia vai além do entretenimento.

 

 

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