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07/03/2012 - 11h40 / Atualizada 07/03/2012 - 12h12

Empresas e faculdades pedem senha do Facebook a candidatos e estudantes

Do UOL, em São Paulo

Você costuma postar coisas altamente pessoais e/ou comprometedoras no Facebook, mas se sente seguro porque só deixa que seus amigos próximos tenham acesso?  Fique atento..

Muitas empresas e faculdades já pedem há algum tempo o link para o perfil nas redes sociais de pessoas que concorrem a um emprego ou vaga. Mas agora, segundo uma matéria do MSNBC, algumas delas começaram a pedir o login e a senha da conta desses candidatos nos Estados Unidos.

  • Formulário de candidatura a emprego no departamento de polícia da Carolina do Norte, publicado no site tecca.com. Um dos itens pergunta: "Você tem conta em alguma página web, como Facebook ou Myspace? Em caso afirmativo, liste seu nome de usuário e senha”.

Era o que acontecia com quem se candidatava a um emprego de guarda para o Departamento de Correções do Estado americano de Maryland. Como a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, em inglês) reclamou que isso configura invasão de privacidade e limita a liberdade de expressão, a prática foi deixada de lado e substituída por outra.

Agora, os candidatos devem realizar uma tarefa não menos estranha: fazer o login e navegar no Facebook enquanto um avaliador o observa. Desta forma, os empregadores podem ver links, fotos e posts que só seriam acessíveis ao próprio dono da conta.

Falta de privacidade nas universidades

“Cada equipe deve identificar pelo menos um treinador ou administrador responsável para ter acesso e controlar regularmente os conteúdos dos perfis de redes sociais e mensagens de membros da equipe. (...) O departamento de atletismo também se reserva o direito de ter outros membros da equipe monitorando as mensagens dos atletas.”

De manual da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos

Atletas de algumas universidades americanas também devem desapegar de sua privacidade no Facebook: é exigido que eles aceitem a solicitação de amizade do técnico do time ou de algum outro responsável para que suas atividades na rede social sejam monitoradas.

Certas faculdades até mesmo procuram empresas de monitoramento em mídias sociais, como a UDilligence e Varsity Monitor, só para isso. Elas têm softwares que oferecem “medidores de reputação” e enviam alertas aos treinadores contra estudantes que possam estar se empenhando em atividades questionáveis.

Isso tem atraído críticas. A diretora legislativa da ACLU de Maryland, Melissa Coretz Goemann, afirmou: “Isso é uma invasão de privacidade. As pessoas têm muita informação pessoal em suas páginas agora e muitos chegam a usá-las como diários”. Ela também destaca que a prática vai contra os termos de uso do próprio Facebook, que proíbe que os usuários forneçam sua senha ou deixe qualquer outra pessoa acessar sua conta.

A ACLU tem apoiado fortemente dois projetos de lei em Maryland que proíbem o acesso às redes sociais de candidatos por faculdades e possíveis empregadores. Outros estados, como o de Illinois, também querem banir a prática. 

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