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16/03/2012 - 06h00 / Atualizada 16/03/2012 - 10h29

Conexão ultrarrápida do novo iPad não funcionará no Brasil; tablet só suportará 3G

Guilherme Tagiaroli
Do UOL, em São Paulo
  • Jornalistas manuseiam a terceira geração do iPad durante o lançamento em 7 de março

    Jornalistas manuseiam a terceira geração do iPad durante o lançamento em 7 de março

A configuração do novo iPad

Processador A5X (dual-core). O processador gráfico é quad-core
Tela Tela Retina de 9,7 polegadas com resolução de 2048 x 1536 pixels (ou 264 pixels por polegada)
Peso 662 gramas (Wi-Fi + 4G) e 652 gramas (Wi-Fi)
Câmera 5 megapixels, com foco automático, detecção de rostos e gravação de vídeos em alta definição
Internet Suporte à conexão 3G e 4G (não disponível no Brasil)
Duração da bateria 10 horas com uso normal e 9 horas ligado no 4G
Preço nos EUA US$ 499 (16GB), 599 (32GB) e 699 (64GB); aparelhos com 4G custarão US$629 (16GB), 729 (32GB)e 829 (64GB)

Como novidade, a terceira geração do iPad, que começa a ser vendido nesta sexta-feira (16) em dez países, traz um processador gráfico duas vezes superior ao do iPad 2, a tela retina que tem uma superdefinição e também a possibilidade de conectar-se a redes de internet ultrarrápidas de quarta geração (4G). Esse tipo de conexão ainda não está disponível no país. Mas, mesmo quando estiver, terá uma frequência diferente (e incompatível) daquela adotada pelo tablet da Apple.

Ou seja: a não ser que sejam feitas adaptações, o recurso de conexão ultrarrápida do novo iPad não funcionará para os usuários brasileiros. A Apple do Brasil afirma que “quem comprar o novo iPad pode usar nas redes 3G daqui. Lembrando que há também a opção do novo iPad apenas com Wi-Fi”.

No país, apenas conexões à internet 3G e HSPA + (uma evolução do 3G com internet até três vezes mais rápida) funcionarão com o novo tablet. As redes HSPA +, por enquanto disponíveis apenas para Claro e Vivo, chegam a velocidade de download entre 6 e 8 Mbps (megabits por segundo) – o pico (ou velocidade nominal) da tecnologia é 42 Mbps.

A título de comparação, a tecnologia 4G LTE nos Estados Unidos, segundo testes do “New York Times”, tem velocidade que oscila entre 6 e 29 Mbps – superior à velocidade de muitos planos de internet fixa oferecidas no Brasil e muito superior à velocidade 3G, que em solo brasileiro fica na casa do 1 Mbps.

4G fragmentado
A faixa reservada para a tecnologia no Brasil, que ainda será leiloada entre as operadoras, é de 2,5 GHz. As frequências para conexão ultrarrápida no novo iPad são de 700 MHz e 2,1 GHz – incompatíveis com o futuro padrão brasileiro.

“O novo iPad, tal como ele é vendido nos Estados Unidos, não funcionará no Brasil, mesmo com a implementação de redes 4G no país. Ele foi feito especificamente para o mercado americano e canadense”, explicou Erasmo Rojas, diretor da 4G Americas (associação de provedores de serviços e fabricantes de telecomunicações).

 

De acordo com Rojas, a tecnologia 4G ainda está muito fragmentada. As faixas de frequência para este tipo de conexão móvel ultrarrápida variam muito entre os países, em função de como os governos passaram a distribuir espectro para as operadoras locais. Como o Brasil, pelo menos mais dois países (Colômbia e China) já têm espectro igual ao que vai ser leiloado no Brasil para 4G.

“Para que o aparelho funcione com 4G brasileiro talvez a Apple apresente um aparelho específico para mercados cuja rede 4G opere na faixa de 2,5 GHz”, opinou Rojas.

A presidente Dilma Rousseff, durante pronunciamento na feira alemã de tecnologia Cebit, disse que as faixas para redes 4G serão licitadas em maio. Segundo ela, até o fim de 2013, as cidades-sede da Copa já deverão ter conexões 4G.

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