Topo

Novo iPad está para tablets como o LCD para as TVs; acompanhe teste do ultraportátil

Juliana Carpanez

Do UOL, em São Paulo

10/05/2012 06h01

O novo iPad, que chega nesta sexta-feira (11) ao Brasil, tem visual exatamente igual ao modelo antecessor: desligados, é impossível distinguir quem é quem nas duas últimas últimas versões do tablet da Apple. Basta ligá-los, no entanto, para perceber que as imagens exibidas na tela do novo iPad, com uma tecnologia chamada Retina, são muito (muito!) mais nítidas. O preço ainda não foi revelado pela Apple e revendas -- mas na operadora TIM, o tablet deve custar entre R$1.560 a R$ 2.389.

Na prática, essa característica e a qualidade da câmera são as principais mudanças que o usuário perceberá entre os iPads (se ninguém dissesse que a nova versão é 60 gramas mais pesada e quase 1 mm mais grossa, você provavelmente não notaria). Por isso, a novidade vale para aqueles que valorizam a qualidade das imagens: caso contrário, o iPad 2 e equivalentes continuam cumprindo muito bem seu papel de ultraportátil, não deixando muito a desejar.

O salto na forma como as imagens são exibidas foi praticamente o mesmo do iPhone 3GS para o iPhone 4, que também adotou a tela Retina. A comparação equivaleria àquilo que é exibido por uma TV de tubo e por um aparelho LCD: a diferença é – literalmente – nítida. A melhora dá ao usuário a impressão de que ele colocou os óculos e, agora, tudo o que vê na tela de seu iPad está bem mais definido.

Essa qualidade, claro, tem impacto na visualização de jogos, filmes, mapas e aplicativos. No caso do Instagram, por exemplo, que só tem versão para iPhone (e por isso deve ser “esticado” para ocupar toda a tela do iPad), a diferença é gritante. Veja abaixo.

  • Divulgação

    Diferença de resolução da tela do iPad 2 (esq.) e do novo iPad no iBooks

  • Reprodução

    Imagem do Instagram no iPad 2 (esq.) e no novo iPad (dir.)

  • Divulgação

    Diferença de resolução da tela do iPad 2 (esq.) e do novo iPad no aplicativo Fotos

Não à toa, a Apple usa no slogan da novidade a palavra “Resolutionary”, uma mistura de resolução e revolucionário. A empresa afirma que a tela de 9,7 polegadas tem quatro vezes o número de pixels do iPad 2, chegando a 3.1 milhões. Como é difícil imaginar essa quantidade de pixels (e o objetivo é justamente que você não os identifique), outro dado: a resolução do novo iPad é de 2.048 pixels x 1.536 pixels, sendo que aquela TV Full HD dos seus sonhos tem 1.920 pixels x 1.080 pixels. Deu para entender que a imagem é muito, muito boa?

Tela, design, interface: novo iPad é ''dissecado''

Então passemos para outra característica de destaque, que é sua câmera traseira de 5 megapixels, que também faz vídeos em alta definição. A mudança é grande. Apesar de a Apple não divulgar a capacidade na versão anterior (porque não lhe convinha), sabe-se que o iPad 2 tirava fotos com 0,7 megapixel – basicamente, a mesma qualidade oferecida por aquele seu primeiro celular com câmera. A alternativa frontal, para videochamadas, continua com definição VGA.

Exiba as fotos tiradas com a câmera traseira do novo iPad na tela de alta definição e você se achará um fotógrafo. O que, convenhamos, é um perigo na era das redes sociais, quando todos querem divulgar tudo.

Por conta do sistema operacional iOS 5.1, também disponível para o iPad 2, é possível editar as imagens no próprio tablet: as funções de girar, tirar olhos vermelhos e recortar estão disponíveis e há ainda o aplicativo Photo Booth, que permite brincar com as fotos, criando nelas efeitos divertidos.

  • Juliana Carpanez

    Exiba as fotos tiradas com o novo iPad na tela de alta definição e você se achará um fotógrafo

Outras novidades

Deixadas de lado a tela e a câmera, os outros destaques da nova versão são menos impressionantes, apesar de todo o conjunto criar uma experiência bastante agradável de uso.

O processador A5X, de dois núcleos, representa um avanço na parte gráfica (ainda mais combinado à tela de alta definição). O chip é responsável pelo rápido tempo de resposta entre um comando dado pelo usuário e a exibição do que ele quer na tela. Nada que mude a vida, mas agiliza a experiência de navegar pela internet, jogar e acessar aplicativos. Ao usar o Google Maps, por exemplo, as imagens de satélite são exibidas quase imediatamente, conforme o usuário passa o dedo pela tela.

Processamento gráfico

  • Ao usar o Google Maps as imagens de satélite são exibidas quase imediatamente, conforme o usuário passa o dedo pela tela

A Apple afirma que o desempenho do processador não afeta a bateria, e os testes mostraram que, de fato, a duração da carga do aparelho continua alta.

O novo tablet não tem o Siri, assistente pessoal do iPhone 4, mas conta com uma ferramenta de reconhecimento de voz que escreve e-mails, notas e outros tipos de texto. Essa é a boa notícia. A ruim é que ele não entende português: só inglês, francês, alemão e japonês. Se você fala alguma dessas línguas, basta clicar em um ícone de microfone no teclado e ditar, que ele transforma a fala em texto. Assim como o Siri, no entanto, sotaque pode funcionar como uma barreira para ele entender o que você falou.

Outra característica nova da versão mais recente do tablet é a possibilidade de conectar-se a redes 4G, de internet sem fio ultrarrápida. Essa tecnologia, no entanto, ainda não está disponível no Brasil.

Vale a pena?

O novo iPad realmente impressiona pela alta definição das imagens exibidas na tela, que acabam tornando mais prazerosas a visualização de filmes, mapas, aplicativos, fotos e vídeos. Sua câmera também faz fotos com muito mais qualidade em relação à versão anterior. Se você é um usuário que valoriza a qualidade de imagens, o novo iPad será uma ótima aquisição, pois a visualização do que aparece em sua tela é muito superior à de qualquer ultraportátil.

Se esse não é o caso, talvez não valha a pena investir até R$ 2.389 (preço mais alto) na novidade. Seu processador, de fato, proporciona uma rápida resposta aos comandos, mas nada que vá mudar sua vida.