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Milestone 3 é parrudo e mal-encarado, mas cumpre bem o papel de smartphone

Motorola Milestone 3 responde às ações do usuário rapidamente, sem engasgar - Divulgação
Motorola Milestone 3 responde às ações do usuário rapidamente, sem engasgar Imagem: Divulgação

Sérgio Vinícius

Do UOL, em São Paulo

15/05/2012 06h01

Antes mesmo de ligar, o Milestone 3 já passa firmeza ao usuário que não é dado a gracinhas: o smartphone (assim como seus antecessores) é quadradão, pesado e feio. Uma vez acionado o botão “on”, o rápido equipamento exala uma poluição visual que faria o pessoal do projeto Cidade Limpa multar a Motorola. São dezenas de aplicativos pré-instalados nas páginas de abertura, com feeds de notícias, telas quadradas de anotações, tocador multimídia sem graça, aplicativos de redes sociais. É uma balbúrdia a interface escura, que, de tanta informação visual, quase solta fumaça.

Apesar de tanta informação, todos os telefones com o sistema operacional Android se parecem muito. Para quem já tem alguma familiaridade com a plataforma do robozinho, é um pulo para pegar as manhas do telefone, apagar os ícones desnecessários e incluir outros mais úteis. Deixando-o mais clean, o que se vê é um telefone de ponta, como o preço de quase R$ 1.800 pode indicar.

Direto ao ponto: Motorola Milestone 3

Preço sugerido: R$ 1.800 desbloqueado
Sistema: Android 2.3
Processador: Dual core
Câmera: 8 megapixels
Teclado: Touchscreen e físico
Tela: 4 polegadas
Memória interna: 16 GB
Pontos positivos: Telefone sério e parrudo, não engasga
Pontos negativos: Interface inicial bastante poluída; algumas opções de configuração são confusas; GPS patina

Com processador dual core, o Milestone 3 responde às ações do usuário rapidamente, nunca engasga, reproduz fotos, áudio e vídeos com excelente qualidade e o acesso à web (Wi-Fi ou via plano de dados) se porta como em um notebook. O aparelho é, aliás, uma espécie de computador ultraportátil, um tanto inteligente (conta, por exemplo, com uma função que reconhece estar no bolso do usuário e bloqueia a tela. E, quando o usuário abre o teclado, um sensor de rotação deita a tela automaticamente).

Recursos
A câmera fotográfica do aparelho é bastante boa. Os 8 megapixels permitem imagens de qualidade, que podem ser ampliadas em quase 20 cm x 20 cm sem perder a resolução ou granular. Em ambientes escuros, as fotos são feitas com perfeição, já que o bom flash dá conta do recado – mesmo que o usuário esteja em um quarto fechado, com as paredes pretas (embora não se saiba exatamente por que alguém fotografaria isso).

O Milestone 3 é um excelente smartphone no conjunto da obra, embora peque justamente no GPS. Quando o assunto é sistema de navegação, o modelo patina que é uma beleza. Depois de acessar o aplicativo nativo do telefone, pode-se esperar longos minutos até que ele encontre a posição do usuário. Por vezes, ele simplesmente se recusa a isso e pronto, não há meios de resolver o problema. Só indo dormir e deixando para o dia seguinte – o que pode ser bem decepcionante se você tiver acabado de acordar e tiver algum compromisso, para o qual não sabe o caminho, logo pela manhã.

Uma vez conectado, entretanto, o GPS funciona bem. Indica os caminhos com precisão, não demora a corrigir o trajeto caso o motorista (ou pedestre, ou ciclista) faça alguma asneira. Quando em modo que permite o tráfego de dados (assim como ocorre com o SII), ele se conecta mais facilmente e encontra rapidamente a rota (mesmo se isso não ocorrer, sempre se pode optar pelo Google Maps, já embarcado nele).

Por se tratar de um Android (2.3, no caso do equipamento avaliado pelo UOL Tecnologia), o smartphone já é vendido com os ótimo aplicativos do Google (Gmail, YouTube, Agenda) e tem basicamente tudo o que o usuário comum poderá precisar no dia a dia. Na caixa do Milestone 3 há ainda um dock, que transforma o telefone em uma tela para reprodução de multimídia ou em um despertador.

Bateria
Por fim, é indicado baixar um aplicativo que ligue e desligue a possibilidade de transmitir dados via operadora (o APN Brasil é gratuito e realiza um ótimo trabalho), já que dá uma tremenda mão de obra entrar nessa configuração no smartphone, que fica dentro das opções de consumo bateria.

A tela “Gerenciador de bateria e dados”, aliás, permite que o usuário também controle o quanto gasta e a autonomia do aparelho. Pode-se escolher entre uso “modo de desempenho”, “economizador noturno” e “economizador máximo”. Este último poderia ser chamado também de “ceifador maldito”: ele fecha programas, para aplicativos e até mesmo interrompe transmissões por streaming. Entretanto, também garante excelente autonomia para um smartphone Android: dois dias sem recarga, em uso moderado.