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19/04/2011 - 11h45 / Atualizada 19/04/2011 - 14h20

Apple processa Samsung, manda empresa parar de copiá-la

Por Dan Levine e Miyoung Kim

SAN FRANCISCO/SEUL (Reuters) - A Apple abriu um processo contra a Samsung Electronics alegando que a linha Galaxy de celulares e tablets copia "escancaradamente" os iPhones e iPads, de acordo com documentos judiciais, em uma ação que os analistas alegam ter por objetivo manter sua rival sob controle.

A Apple é um dos participantes de uma teia de processos judiciais entre diferentes fabricantes de celulares e produtores de software, e que envolve o controle de patentes usadas em smartphones. A briga judicial acontece em um momento em que rivais estão ingressando de forma agressiva nos mercados de celulares inteligentes e tablets, que a empresa norte-americana lançou com o iPhone e iPad.

Steve Jobs, o presidente-executivo da Apple, já criticou a Samsung e outros rivais em apresentações de novos produtos e debates sobre tecnologia. Analistas afirmam que a resposta da Samsung a esses ataques vem sendo modesta em parte porque a Apple foi a segunda maior cliente da empresa no ano passado, depois da Sony.

A Apple adquiriu cerca de 6,2 trilhões de wons (5,7 bilhões de dólares) em produtos Samsung em 2010, em sua maioria semicondutores, informa o balanço anual da empresa sul-coreana.

John Jackson, analista da CCS Insight, disse que a Samsung é a única concorrente real da Apple nos tablets, a esta altura. "Fica claro que eles não pretendem permitir que a Apple dispare nessa categoria", disse Jackson.

"O processo é um gesto simbólico da Apple, que encara com seriedade dos avanços dos rivais e está tentando impedir o progresso de seus concorrentes mais sérios", disse John Park, analista da Daishin Securities, em Seul.

"É improvável que a Samsung responda de maneira agressiva, já que a Apple é sua maior cliente no segmento de componentes", disse Park.

Para concorrer melhor com a Apple, a Samsung reformulou em questão de semanas o seu novo tablet de 10,1 polegadas, lançado em fevereiro, para torná-lo o mais fino da categoria, depois que a Apple lançou essa tendência com o iPad 2.

O mercado mundial de celulares inteligentes deve crescer em 58 por cento este ano, e o sistema operacional Android ficará com 39 por cento do mercado. A empresa de pesquisa Gartner estima que o mercado de tablets quadruplique, para 70 milhões de unidades.

O iPad vai continuar dominando o segmento de tablets, controlando mais da metade do segmento pelos próximos três anos, mas sua participação vai cair gradualmente no período, de 69 por cento neste ano para 47 por cento em 2015, sendo superado por aparelhos com Android.

Os produtos Galaxy da Samsung usam o Android, no entanto, as reclamações da Apple contra a gigante sul-coreana se concentram nos recursos de design da linha Galaxy, como ícones da tela, segundo o processo.

A ação aberta pela Apple, alega que a Samsung violou patentes da empresa e marcas registradas. "Este tipo de cópia escancarada é errado", afirmou a porta-voz da Apple, Kristin Huguet, em comunicado.

A Apple fez 16 queixas contra a Samsung, incluindo enriquecimento injusto, infração de marca registradas e violação de 10 patentes.

"...Samsung fez seus celulares e tablets Galaxy funcionarem e parecerem como os produtos da Apple por meio de infração desenfreada de patentes e estilo... Com essa ação, a Apple busca colocar um fim à conduta ilegal da Samsung e obter compensação pelas violações que ocorreram até agora", afirma a Apple nos documentos do processo.

Para Florian Mueller, especialista em tecnologia e escritor sobre disputas de patentes, "Dado o que está em jogo, eu creio que a Apple teria que fazer muito mais do que isso. A empresa teria que processar mais fabricantes de aparelhos Android e envolver mais patentes."

Enquanto isso, a Samsung enfrenta o desafio de se tornar mais que uma empresa de hardware, ágil na reprodução de ideias, para se tornar uma companhia mais criativa e mais competente em software, em uma época em que os aparelhos eletrônicos estão ficando cada vez mais espertos.

A companhia ainda precisa produzir o tipo de produto original, icônico e líder de mercado como as marcas i-series da Apple ou o Walkman, da Sony. Ou ainda, adotar as iniciativas em software que Google e Apple tomaram para enfrentar a Microsoft.

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