Hackers invadem site de vereador que propôs "Dia do Orgulho Hétero"

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    Reprodução do ataque hacker ao site oficial do vereador paulistano Carlos Apolinário

    Reprodução do ataque hacker ao site oficial do vereador paulistano Carlos Apolinário

O site do vereador Carlos Apolinário (DEM), de São Paulo, foi invadido nesta quinta-feira (4) por hackers, como forma de protesto pela aprovação do "Dia do orgulho Heterossexual", proposto pelo vereador e aprovado na Câmara Municipal nesta semana.

Os invasores usaram ainda a mailing list - conjunto de endereços usado para distribuir mensagens entre um grupo de pessoas - de Apolinário para enviar 3 mil e-mails com dados sobre a violência contra homossexuais no Brasil, mesmo conteúdo da mensagem colocada na página inicial do site carlosapolinario.com.br.

Na mensagem, os hackers escreveram que "no Brasil, um homossexual é morto a cada 36 horas, esse tipo de crime aumentou 113% nos últimos cinco anos. Em 2010, foram 260 mortos. Apenas nos três primeiros meses deste ano foram 65 assassinatos. O vereador Carlos Apolinario insiste em propor leis que contribuem para a propagação de ódio e discriminação".

Ao Valor, o vereador disse que seu gabinete tem recebido ligações com ameaças desde a aprovação do projeto, que precisa ainda passar pelo crivo do prefeito, Gilberto Kassab.

"O que eu quis foi levantar o debate sobre os privilégios dos gays, mas eles são intransigentes. Não estou preocupado em saber se o prefeito aprovará ou não a lei e não farei pressão", afirmou Apolinário. Por "privilégios", o vereador disse que "a Marcha para Jesus teve de sair da Avenida Paulista, porque disseram que tinha muito hospital na região e fazia barulho. Mas a dos gays continua lá".

Para Apolinário, "os homossexuais forçam a barra, querem ficar lá, dois bigodudos, se beijando dentro de um restaurante, na frente das famílias". Apesar de se dizer partidário da igualdade, o vereador se contradiz, quando questionado sobre a aprovação do Supremo Tribunal Federal (STF) à união civil entre pessoas do mesmo sexo.

"Sou contra, mas e daí? Se foi aprovado, que eles tenham o direito. Tem muita coisa que é direito e posso não concordar. Mas quero expor a minha opinião", observou.

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