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13/03/2006 - 07h08

Feira alemã promove eletrodomésticos inteligentes, mas erra nos exemplos

Marcilio Kimura
enviado especial a Hannover
O sistema de identificação RFID (por radiofreqüência) é normalmente associado à TI (tecnologia da informação), como no caso de gerenciamento de estoque. Ele transmite, arquiva e controla digitalmente e automaticamente os dados de toda mercadoria que entra e sai da empresa (origem, destino, preço, quantidade, modelo e outras especificações), sem precisar de um funcionário para fazer isso.

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Provador de roupa eletrônico dá conselhos de moda para o cliente
Mas vai começar em breve a fazer parte da vida cotidiana - nos supermercados, nas lojas de roupa, no microondas, na geladeira ou na lavadora de roupa. É uma previsão (e um "chute") para o lar digital, o que o pavilhão Digital Life não conseguiu mostrar.

O maior estande de divulgação dessa tecnologia ao usuário final, na CeBit, é da rede varejista Metro Group (que tem parcerias com 24 empresas, como IBM, Intel, SAP, T-Mobile e o instituto de desenvolvimento científico Fraunhofer). Há outras empresas na feira em Hannover (Alemanha) que trabalham com o RFID, geralmente em nível corporativo, como o Dermalog, IAL, Océ, Pentamaster e Simet.

Em uma biblioteca, por exemplo, um computador informa exatamente onde está a obra que o leitor procura. Ao sair, o sistema identifica quem retirou, onde ele mora, quando é preciso devolver o livro e quanto custa o empréstimo. Tudo fica registrado em um microchip que fica em um cartão (ou sob a pele, para quem é mais radical). Da mesma maneira, a devolução é registrada, e a cobrança é feita automaticamente no cartão de crédito ou na forma de pagamento que o leitor definiu.

O provador de roupa de uma loja, previamente programado, pode dar conselhos de moda para uma peça que o cliente experimenta. Sugere acessórios, cores, estilo e outras peças que podem combinar e estão na moda.

O microondas ajusta o tempo e a potência apenas com o EPC (código eletrônico do produto) que está na embalagem. Dessa maneira, o aparelho entende que é para descongelar uma lasanha, ou grelhar um bife, ou dourar um bolo, ou cozinhar meia dúzia de cenouras.

A geladeira faz automaticamente uma lista de compras no seu PC, baseado no que você costuma consumir e nos produtos vencidos que estão lá dentro.

Ao jogar as roupas na lavadora, a máquina sabe a quantidade de sabão, amaciante, água e a forma de bater, no caso de peças delicadas ou não, coloridas ou brancas.

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Parecidas com lhamas, alpacas com chip ficam protegidas de roubos
Os quatro últimos exemplos são ligeiramente infelizes, uma vez que a grande maioria das pessoas sabe que roupa fica bem nela, para que ocasião quer usar e com que peças vai combinar; não é sofrer operar um microondas; qualquer um tem capacidade de jogar fora o que está apodrecendo na geladeira e fazer uma lista de supermercado; e quase ninguém perde tempo separando roupas e colocando sabão e amaciante na máquina.

É um presságio de que, talvez em breve, tudo fique mais simples, e as pessoas, mais inúteis.

Mas os exemplos reais do Metro citam fazendeiros peruanos, que implantaram o RFID nas orelhas das alpacas para evitar roubos; a Fifa usa o chip para evitar a falsificação de ingressos na Copa da Alemanha-2006; e cassinos de Las Vegas utilizam o sistema em cartões dos clientes.

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