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24/11/2006 - 10h31

CDMA, GSM, TDMA, GPRS: saiba o que essas siglas significam

Marcelo Ayres

para o UOL Tecnologia
CDMA, GSM, TDMA, GPRS. Todas essas siglas indicam as diferentes tecnologias utilizadas pelas operadoras de telefonia celular. Veja o que significa cada uma delas e conheça um pouco mais o seu aparelho.

Para entender como essas siglas podem influenciar no funcionamento dos telefones celulares, vamos às suas origens.

Uma das coisas mais interessantes dos celulares é que eles são, em essência, um rádio —extremamente sofisticado, tudo bem, mas ainda um rádio.

O telefone foi inventado por Graham Bell, em 1876. O rádio foi inventado em 1880 por Nikolai Tesla e apresentado oficialmente por Marconi em 1894. Foi de uma maneira natural que essas duas grandes tecnologias convergiram.

Antes dos celulares, quem precisasse de uma comunicação móvel tinha que instalar um sistema de rádio como aqueles da polícia. Nesse sistema de rádio-telefonia existe uma antena central na cidade, que transmite por 25 canais com um alcance de aproximadamente 70 km.

A grande sacada do sistema de telefonia celular foi dividir a cidade em pequenas células. Isso permite que a frequência disponível seja extensivamente reutilizada, fazendo com que milhões de pessoas usem seus aparelhos simultaneamente.

No sistema celular analógico típico podem ser usadas cerca de 800 frequências pela cidade. Cada célula tem um alcance de 26 Km². Você pode imaginá-la como uma colméia de hexágonos. Cada célula no sistema analógico permite que 56 pessoas estejam conversando em seus celulares ao mesmo tempo. No sistema digital esse número sobe para 168.

Existem 3 tipos de tecnologias digitais: FDMA (Frequency Division Multiple Access), TDMA (Time Division Multiple Access), e CDMA (Code Division Multiple Access).

Apesar das siglas soarem intimidadoras, você pode ter uma ótima noção de como elas funcionam separando o nome de cada uma em partes.

A primeira palavra explica o método de acesso. A segunda, Division (divisão em português), mostra que as chamadas são divididas nesse método de acesso:

FDMA —Frequency— coloca cada chamada em uma frequência separada.

TDMA —Time— separa para cada chamada, uma porção de tempo em uma determinada freqüência.

CDMA —Code— dá a cada chamada um código único que se espalha por todas as frequências disponíveis no sistema.

A última parte do nome —Multiple Access— apenas mostra que mais de um usuário pode utilizar o sistema ao mesmo tempo.

As tecnologias mais usadas nos sistemas de telefonia celular são a TDMA e a CDMA. Um outro sistema muito usado é o GSM. Ele funciona como o TDMA, de onde se originou, mas de uma maneira um pouco diferente. Para você fazer uma imagem, é como o PC e o Macintosh.

O TDMA foi utilizado aqui no Brasil pela antiga BCP, que agora se tornou Claro e que migrou para o GSM. O CDMA é o sistema usado pela Vivo, e a TIM tem o GSM.

O sistema TDMA utiliza uma banda estreita para transmissão, operando nas faixas de 800MHz e 1900MHz. Podemos entender banda estreita por poucos canais. Cada conversação "ocupa" o rádio por 1/3 do tempo. Isso é possível porque o sinal de voz é convertido para digital e pode ser comprimido ocupando menos espaço.

O GSM funciona de maneira similar em uma faixa de frequência bem próxima do TDMA, nas faixas de 900MHz e 1800MHz, e utiliza a criptografia para tornar as ligações mais seguras.

O sistema GSM se tornou padrão na Europa em 1980, muito antes dos celulares conquistarem os norte-americanos. Hoje além da Europa, Austrália e grande parte da Ásia e África utilizam o GSM.

Uma das vantagens do GSM está no uso de cartões personalizados chamados de SIM. Os SIMs são pequenos chips que guardam todas as informações do proprietário do telefone, podem ser retirados e instalados em outros aparelhos facilmente.

Se você usa um aparelho GSM, leva o seu SIM, por exemplo, para a Europa, e coloca em outro aparelho, utilizando o Roaming sem problemas, com todas as suas informações pessoais.

O CDMA funciona de maneira totalmente diferente das outras duas, já que utiliza uma banda larga para trabalhar, ou seja, muitos canais. Depois de transformar o sinal de voz em digital, o CDMA divide-o em vários pacotes e o distribui por toda banda disponível.

Como cada chamada recebe um código único, muitas chamadas podem trafegar por toda a banda utilizada ao mesmo tempo.

Com esse sistema, o CDMA consegue carregar até 10 chamadas em um único canal, aumentando muito a capacidade de chamadas em relação aos outros sistemas.

Os três sistemas permitem o acesso à internet de banda larga. O que mais evoluiu é o CDMA. No Japão e Coréia ele já está na terceira geração, 3G, e pode transmitir dados a taxas de 300 Kbps. No Brasil, O CDMA está disponível na geração 2,5G e oferece taxas de 144 Kbps. Em 2005, a Vivo iniciou o acesso comercial a alguns recursos 3G, como filmes e TV em tempo real.

O GSM, quando utiliza um protocolo chamado GPRS (General Packet Radio Services), que faz algo similar ao sistema do CDMA para o acesso a banda de transmissão, consegue taxas de até 115 Kbps.

Taxas assim permitem a transferência de fotos, que com os novos aparelhos podem ser tiradas diretamente dos celulares. Vídeos também já podem ser transmitidos, mas os aparelhos ainda precisam evoluir muito para poder exibí-los de maneira aceitável. Você já assistiu a um filme pelo visor de seu celular? Além de pequeno, às vezes a imagem peca em qualidade.

Uma evolução do CDMA é o EVDO. Esta sigla é a abreviação do nome do padrão de transferência de dados 1XEV-DO - 1x Evolution-Data Optimized.

Comparado com o GPRS - EDGE, o EVDO é muito mais rápido e chega a atingir taxas de transferência de 2.4576 Mb/s. Esse sistema é usado para o acesso de banda larga.

O EDGE —Enhanced Data Rates for GSM Evolution— é o equivalente do EVDO para a conexão de banda larga do GSM. Suas taxas de transferência variam entre 160 e 236.8 kbit/s.

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