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18/12/2006 - 17h25

Exigências do Vista podem levar usuários ao Linux; veja comparativo

Da Redação
Ao ler esse texto, você tem cerca de 95% de chances de estar usando um computador com Windows. Essa é a fatia de mercado que possuem os sistemas operacionais da Microsoft —XP, 2000, 98, ME, NT, 95, CE e Vista—, segundo a consultoria Net Applications. Já o Linux, o sistema de código aberto mais conhecido do mundo, detém apenas 0,38% de participação.

Nem por isso esse é um segmento sem maiores polêmicas, como os números fazem supor. No Brasil, principalmente, há muita discussão sobre a adoção de sistemas não-proprietários —outra denominação que programas de código aberto recebem—, principalmente depois que o governo federal anunciou uma política de adoção de software livre na administração pública, em outubro de 2003.

A discussão aumenta ainda mais se lembrarmos que em 2007 a Microsoft fará o lançamento do Windows Vista, versão de seu sistema operacional que sucede o XP. A indústria toda se movimenta para receber o novo sistema que, segundo testes e demonstrações, vai exigir uma máquina potente, que está longe de ser o padrão atual do mercado de computadores.

Para o ex-presidente do ITI Sérgio Amadeu da Silveira, o cenário que surge com a chegada do Linux poderá ser uma oportunidade para o crescimento do Linux no mercado brasileiro.

"Como todos os sistemas da Microsoft, o Vista também vai exigir atualizações de hardware para ser instalado, o que significa mais custos para o consumidor, que já tem de pagar o preço da licença do software", diz Amadeu. Para ele, neste momento o usuário tende a ficar mais aberto a enxergar as vantagens de um sistema aberto como o Linux e adotá-lo. "Só assim [o usuário] pode deixar de ser vítima da obsolecência programada que os monopólios de softwares impõem para ser manter", afirma o especialista em software livre.

De qualquer forma, há também o ingrediente da pirataria. Mesmo em programas de inclusão digital, como o Computador para todos, 73% dos usuários trocam o Linux —sistema escolhido para baratear o preço do PC— por Windows, na maioria dos casos pirata, segundo a Abes.

Amadeu também acredita que a saída que o Vista tem para dar certo no país é o governo. "Só há um jeito do Vista se dar bem —ele precisa vender bastante para os governos, que são os maiores compradores de software. É por isso que há tanto lobby em cima dos contratos governamentais, o dinheiro grosso está lá."

Windows no PC
Mas é preciso que se diga que a dominância da Microsoft não aconteceu por acaso. A história da empresa se confunde com a do surgimento do computador pessoal, no qual Bill Gates apostou mesmo depois de previsões que como as do fundador da Digital Equipment, que disse em 1977 que "não há nenhuma razão para que alguém queira ter um computador em casa".

Claro que a empresa se aproveitou da explosão do uso dos computadores pessoais para crescer, fazendo com que as pessoas achassem normal que praticamente todo computador saísse da fábrica com sistemas da Microsoft instalados —a empresa criou uma identificação tão grande com a Intel, também dominante no seu negócio, a fabricação de processadores, que muitos falavam no padrão "Wintel", que combina sistema Windows e chip Intel.

Outra história
Já o Linux surgiu de como alternativa àqueles que queriam poder ter liberdade para melhorar o sistema que usavam, e para isso precisavam ter acesso ao código dele. Com isso, tornou-se a opção de programadores, e durante muito tempo foi um sistema orientado apenas para otimizar o desempenho da máquina em que rodavam.

Além disso, nunca houve preocupação com o usuário final, que na média é alguém com pouco conhecimento técnico. Daí a falta dos assistentes de instalação e a necessidade de saber pelo menos um mínimo do sistema operacional Unix, de onde o Linux veio.

Essa talvez tenha sido uma das principais razões para que o Linux tenha sido adotado mais no mercado corporativo —interessado em melhor desempenho— e seguiu praticamente inexistente nos computadores pessoais.

Apesar disso, a resistência ao Linux, que ainda é tido por muitos como um sistema apenas para "geeks", começa a diminuir. As distribuidoras do programa desenvolvido por Linus Torvalds investem cada vez mais em interfaces gráficas e aplicativos de instalação mais amigáveis, para que acabe a idéia de que é um sistema "feio" e para ser operado por linha de comando.

Para contribuir com a discussão e fornecer mais informações ao usuário sobre essa "briga" que existe entre Windows e Linux, o UOL Tecnologia foi descobrir o que a Microsoft e a Mandriva Conectiva —uma das distribuidoras do Linux mais conhecidas no Brasil— pensam de seus próprios sistemas operacionais.

  • Por que escolher o Linux, segundo a Mandriva Conectiva?
  • Por que escolher o Windows, segundo a Microsoft?

    Para isso, pedimos que representantes das empresas respondessem a dez perguntas sobre cada sistema operacional, e que cada empresa explicasse porque o seu software é melhor e deve ser escolhido pelo usuário.

    Também confrontamos Linux e Windows diante de dez atributos em que, do nosso ponto de vista, um sistema operacional tem que mandar bem —estabilidade; uso de processamento e memória; compatibilidade com periféricos; usabilidade e ambiente gráfico; reprodução, edição amadora e profissional de mídia digital; conexão à Internet e recursos de navegação; ferramentas de escritório e produtividade; jogos e entretenimento; processo de instalação e custo para o usuário final. Confira o resultado.

    Com tudo isso, o UOL Tecnologia espera ajudar você a escolher com mais informações que sistema deve usar em sua máquina.
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