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02/03/2007 - 07h06

Briga de formatos de mídia é incerta, mas história é longa

Paulo Rebêlo

Para o UOL Tecnologia
Quem vai sobreviver, Blu-ray ou HD-DVD? Nesta briga entre fabricantes, não é o melhor que sobrevive, mas aquele que conseguir convencer a maior quantidade de empresas e estúdios a adotarem seu padrão.

Ambos têm suporte dos estúdios de Hollywood, mas o Blu-ray tem a vantagem de oferecer mais capacidade e de ser o carro-chefe do Playstation 3, videogame de última geração da Sony. O Playstation 3 se transforma não apenas em videogame, mas também em um player de Blu-ray igual aos aparelhos stand-alone que as lojas vendem. É quase um produto com dupla finalidade e por um preço mais em conta. O problema é que, mundialmente, o Playstation 3 está vendendo muito pouco. Enquanto isso, a Microsoft acaba de anunciar um drive HD-DVD externo para o Xbox 360, videogame da empresa e concorrente direto do Playstation 3.

Muita gente talvez não se lembre —talvez porque não era nascido na época—, mas essa briga de formatos já virou novela. Basta relembrar a clássica época em que as fitas VHS disputavam mercado com o Betamax, no final dos anos 70 e até meados dos anos 80. O curioso é que o Betamax foi desenvolvido pela Sony e chegou primeiro ao mercado, enquanto o VHS, criado pela JVC, chegou um ano depois, em 1976.

Há farta literatura na Internet sobre a briga entre VHS e Betamax, inclusive sobre as qualidades e defeitos de cada um, com teses de que o VHS sobreviveu por uma questão mercadológica, pois o Betamax era superior tecnicamente. Há controvérsias, mas o fato é que o Betamax era um formato proprietário da Sony, enquanto o VHS permitia que as fabricantes oferecessem produtos diferentes, o que acirrou a competição e ofereceu maior portabilidade.

Durante quase toda a década de 80, a Sony seguiu com o desenvolvimento do Betamax, apesar da predominância do VHS no mercado. Apenas em 1988 o formato foi aposentado pela fabricante, que passou a vender aparelhos VHS.

Há diversas outras brigas de formatos na história da indústria de entretenimento. Em comum, apenas um fator: o consumidor sempre foi o mais prejudicado, pois em várias situações viu um alto investimento se perder. Nos anos 90, tivemos a introdução dos mini-discs (MD) da Sony contra o DCC (cassetes digitais) da Phillips. Hoje, ambos aposentados na prática —no Brasil, nem chegaram a se popularizar. Temos também o DVD-Audio contra o Super Audio-CD, além dos formatos diferentes para gravar DVD —o DVD+R e DVD-R, que hoje existem em "harmonia" e não chegaram a prejudicar tanto o bolso de quem investiu em gravadores.

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