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15/05/2007 - 19h50

Sucessor do Motorola RAZR tem tela frontal sensível ao toque

Da Redação
A Motorola, segunda maior fabricante de celulares do mundo e líder de mercado na América Latina, mostrou hoje em São Paulo uma série de lançamentos mundiais que incluem celulares com tela sensível ao toque e ajuste automático de áudio em ambientes barulhentos.

O destaque é o aparelho RAZR2 que, para todos os efeitos, é um telefone celular com características interessantes. Para citar algumas, LCD de 2 polegadas sensível ao toque na parte frontal, ajuste automático do áudio das chamadas em ambientes barulhentos, menus "falados" que auxiliam o uso de deficientes visuais, USB 2.0 Hi-Speed para transferir as músicas para o telefone e versões para as três grandes redes de telefonia celular (3G, CDMA e GSM).

Difícil imaginar que o telefone que "promete revolucionar o mercado" seja o sucessor do RAZR V3, um dos telefones de maior sucesso da empresa —e que segundo ela mesma, vende cerca de 100 mil unidades por dia no mundo e está perto de atingir a marca dos 100 milhões de aparelhos comercializados.

Tudo bem, recursos legais. Mas você já não esperava isso do seu celular desde que inventaram a tela sensível ao toque e o cabo USB?

E o "iPod killer"?
O evento mundial da Motorola foi feito de acordo com o figurino. Nenhuma informação foi confirmada antes para a imprensa. "É a resposta da Motorola para o iPhone?", queriam saber os jornalistas. A resposta eram risadas no estilo "ver-para-crer" seguidas por um reforço do convite. Mais que isso, havia motivo para acreditar no barulho.

Lá fora, a companhia adiantava que lançaria um "monstro de mídia", direcionado inicialmente para a Europa e Ásia —lugares onde as redes 3G, banda larga do celular, já são realidade. Quanto a isso, sem problemas. Basta lembrar o caso do iPhone, que mesmo com enormes restrições —venda só nos EUA e atrelada a um única operadora, por exemplo— fez um barulho enorme no mercado, virou capa de revista semanal, ofuscou a maior feira de eletrônicos de consumo do mundo...

Para completar, a presença de figurões nos eventos. Ed Zander, o diretor-executivo da empresa, conduziu o evento de Nova York. Em São Paulo, que foi a cidade escolhida para concentrar o lançamento na América Latina, jornalistas de toda a região foram a um hotel cinco estrelas para ver a apresentação conduzida pelo presidente da Motorola no Brasil, com a presença de diretores de marketing e gerentes de design.

Mas definitivamente, o RAZR2 não é um aparelho para enfrentar o iPhone, que sacudiu o mercado de telefonia com recursos como controle de todas as funções por meio de uma tela sensível ao toque, sistema operacional Mac OS X embarcado, navegação pela Internet completa (não em versões resumidas de páginas) e as funcionalidades do iPod para reproduzir mídia digital, para citar algumas.

Tudo bem—nem eu, nem você temos idéia de quando o iPhone chegará ao Brasil. Mesmo assim, o RAZR2 parece ser mais um concorrente ou ainda uma melhoria do LG MX800, que você deve conhecer pelo nome de LG Chocolate. Lançado há mais de um ano, esse aparelho já trazia a tela sensível ao toque, a roda de clique para acessar e navegar nos menus e o estilo flip, para citar algumas semelhanças.

Monstro de mídia
Eliminado o RAZR2, sobrou para o tal "monstro de mídia" promover a tal revolução que a Motorola prometia. Esse aparelho era o Moto Z8, celular que não foi exibido no lançamento de São Paulo.

Este aparelho, voltado para o mercado asiático e europeu por só funcionar em redes 3G, não é exatamente um lançamento —ele havia sido mostrado pela empresa com o nome de RIZR Z8 na feira 3GSM, que aconteceu em fevereiro deste ano em Barcelona.

O Z8 realmente traz algumas inovações, como o mecanismo de abertura conhecido como "kick slider", que faz com que o telefone se ajuste aos contornos do rosto do usuário conforme aberto, e a capacidade de exibir filmes a 30 quadros por segundo, mesma taxa de um aparelho de televisão convencional.

Nesse lançamento oficial, a novidade ficou por conta da retirada da marca RIZR e a inclusão de um cartão memória de 512 MB com o filme "A Identidade Bourne" pré-gravado. Mas, novamente, voltamos à questão: é um celular que provavelmente fará sucesso, mas não é nem de longe um aparelho que mereça ser chamado de revolucionário. E, como iPhone, não tem previsão de chegada no Brasil.

"Queremos saber se isso será o início de uma importante iniciativa de novos produtos [da Motorola]", disse ele. "Não vimos isso ainda", disse Mark Sue, analista da RBC Capital, à agência Reuters. Avi Greengart, da Current Analysis, é ainda mais direto: "Eles [Motorola] não têm uma resposta à linha 'N' da Nokia, sem falar do iPhone".

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