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30/08/2007 - 18h40

Polícia indicia cracker por contaminar usuários de bate-papo

da Redação
Um cracker de Tremembé, no interior de São Paulo, foi indiciado por disseminar vírus em salas de bate-papo de grandes provedores do Brasil, entre eles o UOL. William Ribeiro da Silva, 24, foi interrogado no último dia 16/08 e admitiu ter pago programadores de Belo Horizonte e Fortaleza para espalhar links contaminados.

A análise preliminar de um laptop apreendido pela polícia apontou fortes indícios da ligação de Silva com o caso. No computador foram encontrados registros de conversas com os programadores e softwares utilizados para disseminar o vírus.

O computador foi encaminhado para perícia no Instituto de Criminalística da Polícia Civil de São Paulo. Segundo o delegado Ubiracyr Pires da Silva, da Delegacia de Meios Eletrônicos do Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado), a perícia deve demorar no mínimo um mês. Apenas depois do resultado será possível precisar que tipo de vírus infectou os usuários.

O cracker já era indiciado em outro inquérito por vender CDs com programas para hackers. Os envolvidos de Belo Horizonte e Fortaleza já foram identificados, mas seus nomes ainda não foram divulgados.

Se condenado pelo crime de interrupção ou perturbação de serviço telegráfico ou telefônico, William da Silva pode pegar de um a três anos de detenção. Caso os outros envolvidos sejam também condenados, todos podem responder por formação de quadrilha —também com pena de um a três anos de detenção.

Segundo previsão do policial Adriano Isaac, o inquérito deve ser finalizado em 60 dias. Ainda segundo Isaac, outros casos semelhantes já foram investigados na Delegacia de Meios Eletrônicos, e ao menos um rendeu condenação aos réus.

Como funciona o golpe
O golpe usa links de sites pornográficos para atrair internautas incautos. Ao entrar em uma sala de bate-papo, o usuário recebe mensagens que divulgam esse tipo de página. Se ele digitar o endereço no navegador, terá acesso ao conteúdo adulto —mas, antes disso, o computador do usuário será infectado por um vírus que repassa informações para a máquina do golpista.

A partir daí, além de ter o computador exposto aos criminosos, o usuário ajuda, sem saber, a contaminar outros computadores. Isso porque, ao entrar novamente em uma sala de bate-papo, o vírus exibe uma mensagem de erro e pede que o usuário digite outra vez a seqüência de letras e números e seu nome de usuário.

Mas enquanto isso, a praga virtual já aproveitou a primeira tentativa correta de login e já acessou a sala de bate-papo. No lugar do usuário, a praga envia mensagens com endereço de sites pornográficos para outros internautas, o que faz o dono da máquina participar do círculo vicioso de contaminação.

Medidas de segurança
Eduardo Gonçales, do departamento de segurança do UOL, explica que o vírus atua sobre a máquina do usuário, e não sobre os servidores do portal. "O que estava ao alcance do portal era divulgar os requisitos de segurança, e isso foi feito." Os internautas contaminados que eram bloqueados nas salas de bate-papo foram redirecionados para outro link, que explica o bloqueio e a possibilidade de infecção, além de indicar serviços antivírus online gratuitos.

Gonçales também indica medidas simples que ajudam a evitar a contaminação do PC por pragas virtuais em salas de bate-papo:

  • Não acesse sites pornográficos anunciados por participantes que você desconhece;

  • Observe se algum usuário da sala está com uma restrição imposta pela moderação do bate-papo e respeite-a;

  • Desconfie de mensagens enviadas de maneira repetida por usuários que não respondem às suas perguntas e contatos;

  • Não envie dados pessoais para pessoas que você não conhece;

  • Use e mantenha atualizadas todas as ferramentas de segurança disponíveis, como antivírus, anti-spyware, anti-spam e firewall.
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