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30/11/2007 - 07h13

Há culpados pelo alto preço do conversor da TV digital?

CINTIA BAIO | Do UOL Tecnologia
Muita palha de aço e horas de paciência para colocar a antena no lugar certo —esta foi (ou ainda é) a realidade de muita gente diante da TV. Mas se a era digital usa a mesma antena UHF velha de guerra, a exigência de um conversor que custa pelo menos R$ 500 não combina nada com palha de aço. E pode tornar a TV digital aberta extremamente desinteressante para quem tem acesso à televisão por satélite ou cabo.

Uma das saídas seria reduzir o preço do set-top Box. Mas nem governo, nem indústria chegaram a um consenso sobre como fazer isso — nem a indústria quer reduzir suas margens de lucro, nem o governo está preparado para oferecer programas de apoio, explica Huber Bernal Filho, consultor e engenheiro de telecomunicações.

Conheça alguns argumentos de quem está envolvido com as definições da TV digital brasileira:

1. O padrão japonês sofreu modificações no Brasil

E isso encarece a fabricação dos equipamentos por falta de escala. A escolha do MPEG4 (também conhecido como H264) para a compressão de arquivos, em vez do MPEG3 do padrão japonês, é o componente mais caro na composição do set-up box brasileiro. "Soa como se a indústria brasileira não gostasse de inovar. Se o padrão é melhor que o que já existia, porque não se concentrar em novos meios de otimizar a produção?", diz Marcelo Zuffo, professor da USP e especialista em TV digital.

2. A indústria precisa de subsídios governamentais

Em todos os seus discursos (acredite, não são poucos), Hélio Costa, Ministro das Comunicações e principal articulador do projeto da TV digital no Brasil, promete conversores a R$ 250, R$ 180. A indústria diz que enquanto o governo não criar um programa que reduza valores de impostos, será impossível chegar a esse preço.

Nos últimos dias, Costa enviou ao presidente Lula uma proposta para aplicar à indústria de conversores medidas semelhante as do programa PC Popular, que conseguiram reduzir o custo dos computadores e notebooks em até 10% por meio de incentivos fiscais. Segundo Costa, Lula está avaliando a proposta.

3. Não temos fábrica de semicondutores

Logo, conversores nacionais serão sempre mais caros. A discussão sobre ter ou não uma fábrica de semicondutores no Brasil (principal componente para a produção não só de conversores, mas de eletrônicos em geral) é praxe desde antes da TV digital e não é algo simples de resolver. De acordo com Zuffo, é preciso de muito investimento, estudo e vontade governamental. Em uma entrevista coletiva na última quarta-feira (28), Costa disse que a fábrica não está nos planos imediatos do governo. Logo, não é possível esperar a sua chegada para reduzir o preço dos equipamentos.
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