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06/05/2008 - 09h30

Túnel do tempo: relembre as tecnologias que fizeram sucesso no início da Web

SÉRGIO VINÍCIUS | Para o UOL Tecnologia
Ao ligar o computador dotado do novíssimo Windows 95, a aventura começa. Para se conectar à Internet, é necessário usar o provedor de acesso discado.

As opções são muitas, de A (como a AOL, o provedor que insiste em enviar CDs em domicílio que, uma vez instalados, bagunçam toda a interface da máquina) a Z (como aquele provedor do Sul do país, o tal ZAZ).

Na terceira tentativa, a máquina finalmente conecta a uma incrível velocidade de 56 kbps, se o usuário for um fanático por tecnologia e tiver um modem de última geração. A velocidade é suficiente para consultar alguns e-mails— de preferência os que chegam pela conta do Zipmail— devidamente visualizados no navegador Netscape.

É possível ainda perder mais alguns minutos na Web, embora alguém em casa queira usar o telefone e, para tanto, seja necessário desconectar da rede. "Vai ser rápido. Só vou procurar um negócio no Cadê?". E, como uma coisa leva a outra, acabo baixando uma música. Para isso, a melhor opção é o Napster, claro. Mas há outras, como iMesh e um tal de AudioGalaxy, que parecem boas.

Dúvidas sobre quem é melhor: iMesh ou AudioGalaxy? A saída é procurar informações sobre eles no Altavista enquanto a tal música é baixada no Napster

A dica veio do ICQ, por um amigo. Foi o mesmo que indicou que, para remediar excesso na conexão, seja usado um software chamado GetRight. O programa permite que um download seja reiniciado do ponto em que parou, caso seja abruptamente interrompido. Mas ele é pesado demais para ser baixado pela Internet: tem 1,04 MB. O problema é que, sem uma ferramenta como essa, o download pode levar horas.

Talvez a lentidão seja vírus. Se for, não tem outro jeito: deve-se passar um antivírus atualizado. Como a máquina não tem um instalado, a melhor solução é usar um antivírus online. O mais popular é o MyNetIs, que varre o computador via Internet mesmo— claro que demora, mas é importante ter segurança.

Então, quatro dias depois, é possível ouvir Master of Puppets, da banda Metallica, integralmente, no próprio computador. Pelo RealAudio Music Player, claro.

Reminiscências

A história acima é verídica. Pode não ter ocorrido com uma mesma pessoa, na mesma ordem ou ter todos os elementos se cruzando em uma mesma máquina. Mas na segunda metade da década de 90, principalmente entre 96 e 99, esses softwares e serviços online citados acima fizeram história.

Cerca de dez anos depois, entretanto, os elementos do relato são pouco mais do que lembranças— alguns simplesmente sumiram, outros, agonizam lentamente. Há ainda uma minoria que, apesar de moribunda, insiste em eventualmente mostrar presença, lançar novas versões de softwares e tentar fazer barulho. Por nada.

Softwares como Napster, ICQ, Netscape, RealAudio deram lugar a Emules, MSN Messengers, Internet Explorers e Windows Media Players. Sites como Cadê? e Altavista foram superados pelo Google. CDs de instalação de provedores— assim como alguns deles— desapareceram.

Os motivos, variados, passam por estratégia de marketing aparvalhadas, obsolescência de serviços ou, pura e simplesmente, evolução da tecnologia e da Internet como plataforma. Para entender o que realmente aconteceu, é necessário avaliar cada situação separadamente.

O UOL Tecnologia listou os casos mais expressivos para o mercado brasileiro de quem já foi rei um dia mas que, atualmente, está sem a majestade. E, claro, indica quem são os sucessores— se é que há algum— desses serviços.
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