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14/05/2008 - 09h00

Entenda como funcionam as telas sensíveis ao toque e saiba fazer uma em casa

CHARLES NISZ | Para o UOL Tecnologia
No filme Minority Report, o personagem de Tom Cruise manipula imagens com as mãos. O ar futurista das cenas do filme de 2002 deve ter impressionado muita gente.

Mas os primeiros estudos sobre interfaces baseadas em toque dos dedos surgiram nos anos 80 na América do Norte. A Universidade de Toronto, no Canadá, e o Bell Labs, instituição de pesquisa norte-americana, foram os pioneiros.

A tela sensível ao toque virou coqueluche com o iPhone, mas a idéia de viabilizar uma aplicação comercial para a tecnologia não foi da Apple. A primeira empresa a desenvolver um dispositivo capaz de perceber "dedilhadas" foi a Mitsubishi.

Chamada de Diamond, a interface criada pela empresa nipônica permitia utilização por mais de um usuário, reconhecimento de gestos e distinguia os diferentes usuários. A tela de 42 ou 32 polegadas podia ser utilizada com Windows ou Linux.

A grande diferença entre estes dispositivos e as máquinas de auto-atendimento, por exemplo, é que a experiência com estes equipamentos é muito similar ao uso do mouse. O que muda é que o dedo substitui o mouse, mas as opções de uso limitam-se praticamente a clicar em opções. Já o multi-toque permite reconhecer toques simultâneos, interpretando gestos e ações.

Mais recentemente, Jeff Han, pesquisador da Universidade de Nova York, desenvolveu uma interface similar para acomodar múltiplos usuários em aplicações para criar uma parede digital ou um "quadro-branco" touchscreen.

iPhone

Então, surgiu o telefone da Apple, há dois anos. O iPhone, quando apresentado por Steve Jobs, causou impacto, mas não trazia grandes inovações tecnológicas: "O iPhone usa a capacitância da película para reconhecer múltiplos toques", explica Marcelo Zuffo, professor do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI), da USP (Universidade de São Paulo).

Para funcionar, os sensores eletrônicos do telefone usam a carga elétrica do seu dedo. Quando você pressiona a tela, a quantidade de carga elétrica nos circuitos do aparelho muda. Com a mudança, o iPhone registra isso como um dado e usa um programa para calcular a movimentação dos seus dedos.

Resumidamente, é a junção de engenharia elétrica, com sensores de movimentos e um programa para efetuar cálculos matemáticos.

"A grande sacada desses dispositivos é o uso mais intuitivo da tecnologia e a maior facilidade para realizar tarefas", diz Marcelo Zuffo, professor do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI), da USP. "O objetivo é permitir a realização de tarefas como se a interface não existisse", explica Fábio Ribeiro, engenheiro de sistemas da Apple.

Microsoft Surface

A Microsoft também resolveu se aventurar na tecnologia multi-toque. Em 2007, a empresa de Bill Gates lançou o Microsoft Surface. Os usuários podem realizar atividades em grupo, movendo fotos e vídeos numa tela de 30 polegadas.

Outra das funcionalidades é o reconhecimento de aparelhos colocados sobre sua superfície. O Surface reconhece quando um aparelho com Bluetooth é depositado sobre ele e "conversa" com esses dispositivos, alterando o aplicativo conforme a função do aparelho: texto, visualizador de fotos ou reprodutor de música.

"O Surface tem um funcionamento diferente do iPhone", diz Zuffo. "São sensores orientados por um projetor de imagens e micro câmeras. Quando um objeto toca a superfície da tela, o reflexo da luz infra-vermelha é captado pelas câmeras abaixo da tela para mapear o movimento", explica o professor.
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