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27/04/2009 - 07h00

Redes sociais juntam quem quer aventuras e dedo-duros

CINTIA BAIO e LILIAN FERREIRA
Do UOL Tecnologia
O Brasil é um dos países com maior número de visitantes em redes sociais, cerca de 80% dos usuários domésticos acessam comunidades e blogs na internet. E ficam bastante tempo, um de cada quatro minutos online. Os dados, da pesquisa Nielsen Company "Global Faces and Networked Places", indicam ainda que redes já são a quarta categoria mais popular na web, à frente de e-mails, por exemplo.

Como proteger a privacidade
1. Proteja seu perfil em redes sociais para que só amigos possam ver scraps, fotos etc.
2. Se for criar perfis em redes de namoro online e for comprometido (a), use nome e imagem falsas.
3. Se seu nome for citado por outra pessoa em um blog e você não quiser tal exposição, pode pedir legalmente a retirada do ar.
4. Cuidado ao marcar encontros com pessoas que conhece em redes socias. É muito mais fácil mentir na internet.
Assim, não é difícil de imaginar que as redes sejam um lugar propício para conhecer novas pessoas e, para quem está procurando um local ideal, pular a cerca. "Hoje é muito mais fácil encontrar outros parceiros [por causa da internet] (em qualquer lugar e em qualquer hora, do dia ou da noite), e é mais fácil ocultar a traição", diz a antropóloga Mirian Goldenberg, professora da UFRJ e autora do livro "Infiel".

"Não é preciso tanto tempo para seduzir. Você pode estar em casa, seu cônjuge em outra sala, e você iniciar um relacionamento virtual (que pode, em pouco tempo, se tornar real)", completa. A tática é usada também para quem quer descobrir traições.

O advogado Coriolano Almeida Camargo, vice-presidente da Comissão do Direito na Sociedade da Informação da OAB-SP, conta que já atendeu um homem que para provar que a mulher era adúltera criou um perfil falso em uma rede social para chamá-la para sair. Ela topou e na hora de encontrar o rapaz, deu de cara com o marido.

REDE PARA ADÚLTEROS

Nos Estados Unidos, a rede social "AshleyMadison" causou burburinho ao querer anunciar no Superbowl a propaganda "Quem você vai pegar depois do jogo"?

A comunidade, que é para adúlteros assumidos, vem recebendo críticas seguidas no país, embora já conte com 3,38 milhões de membros.

Agora seus criadores pensam em trazer a rede social para o Brasil.

Além de permitir "armações" como esta, em comunidades virtuais para quem quer arrumar um par, é possível encontrar um conhecido — e pior, casado. Foi o que aconteceu com uma amiga de Bruno Amaral, jornalista. E para contar a verdade para a mulher traída?

Um dos benefícios da tecnologia é permitir o anonimato, assim, a amiga criou um perfil falso no Orkut, maior rede do Brasil, e postou simplesmente "clique nesse link, é um assunto que vai lhe interessar" na página de recados da esposa.

Quem em sã consciência clicaria numa mensagem desta, de um perfil falso? Pois comece a ficar de olho nestas mensagens. A mulher acreditou e descobriu a traição do marido.

Diário online também denuncia chifre

E não são apenas as comunidades online que permitem descobrir uma traição. O blog, que surgiu como um diário virtual, perde um pouco da privacidade esperada naquele caderno que meninas guardavam embaixo do travesseiro para ser algo público que pode ser lido por qualquer um.

De olhos abertos

Em 2004, entrei na internet para ver se meu noivo tinha passado em um concurso. Qual não foi minha surpresa ao ver além da aprovação dele, apareceu um post que dizia "quero ter um marido chamado fulaninho de tal e um filho chamado tal".

Samara, São Paulo

Samara Rodrigues, de 26 anos, sentiu na pele o que é ver sua vida ser exposta em público, nas linhas de um blog. "Em 2004, eu não tinha muito acesso à internet. Entrei do trabalho, rapidinho um dia para ver se meu noivo tinha passado em um concurso. Qual não foi minha surpresa ao ver além da aprovação dele, apareceu um post que dizia "quero ter um marido chamado fulaninho de tal e um filho chamado tal". O cúmulo da coincidência era ser o nome completo do infeliz e o nome que colocaríamos se tivéssemos um filho", lembra.

Samara não acreditou no que lia. A menina descrevia todo o relacionamento de três meses com o tal (ela já namorava há 2 anos com o rapaz). Ela dizia que a namorada dele era "uma megera, que o controlava e era ciumenta". Samara chamou o noivo para conversar e ele negou tudo. "Disse que eu tinha criado aquele blog, aquela garota e aquela história pra esconder que eu o traía. Ele saiu do meu apartamento e nunca mais o vi", desabafa.

Como descobrir

Pela história de Samara, fazer uma busca com o nome do amado pode ser revelador. Ver mensagens deixadas e enviadas em comunidades virtuais pode também mostrar indícios de traição. Mas Luciana Ruffo, psicóloga do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da PUC-SP, alerta que recados e conversas pela internet podem não significar nada e as pessoas costumam supervalorizar diálogos banais. Por isso, cuidado na hora de vigiar seu/sua amado/ amada.

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