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14/08/2009 - 08h01

Terapia presencial e atendimento por e-mail são algumas formas de tratamento

SÉRGIO VINÍCIUS | Para o UOL Tecnologia
Antes de tratar um vício, é necessário diagnosticá-lo. Os estudiosos do assunto dizem haver diferentes graus de compulsão e também diversos motivos que podem levar uma pessoa a se viciar. E, de acordo com cada caso, um tratamento diferente é indicado - que pode ser de um mero bate-papo até terapia tradicional.

Assim, o primeiro passo para determinar se há o problema do vício é realizar uma consulta com um especialista. No caso dos serviços de combate ao vício na internet da Unifesp e da PUC, o atendimento é gratuito. O primeiro pode ser agendado com ligação - a pessoa interessada irá participar de um processo de triagem.

A partir daí, caso seja necessário, o paciente é encaminhado para um grupo de tratamento.

Na Unifesp

Atualmente, o Proad (Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divide a terapia em quatro grupos, que são reagrupados em dois. Os viciados em sexo e em internet participam do mesmo grupo, assim como compulsivos por compras e jogos.

"Acreditamos que o comportamento de pessoas viciadas em sexo e em internet é semelhante, assim como os adictos por jogos e compras. Ambos tem perfis semelhantes", diz o professor Aderbal Vieira Júnior, que coordena o programa de atendimento. "São turmas de até oito pessoas e não há um prazo para o término dos tratamentos, já que muitas variáveis influenciam em cada um dos problemas".

Uma vez identificado o viciado e colocado em seu grupo, ele participará de sessões de psicoterapia coletiva, que é um tratamento da psicologia que abrange diferentes métodos. Todo o tratamento é monitorado por profissionais, que realizam trabalhos verbais e não verbais com os pacientes.

Em breve, o Proad também abrirá sessões de terapia para viciados em operar na bolsa de valores via internet. De acordo com estudioso, trata-se de um nicho que cresce muito. O problema envolve não só a internet, mas ainda um procedimento semelhante a apostas em dinheiro, compras e, até mesmo, jogos. Para qualquer que seja o problema - sexo, jogos e compras, se a pessoa deseja se tratar, basta entrar em contato com o Proad, via telefone ou e-mail, e agendar uma entrevista pessoalmente.

PUC

No NPPI (Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), basta um e-mail. O interessado em se tratar - ou mesmo sanar o problema de um familiar ou amigo - pode enviar uma mensagem eletrônica para os estudiosos. No total, são 12 psicólogos que respondem às cartas dos interessados.

De acordo com a coordenadora Rosa Farah, a avaliação dos compulsivos é feita com uma média de seis a oito e-mails, que são respondidos uma vez por semana.

"Nós realizamos somente o primeiro passo do processo. Identificamos qual o problema do paciente e fazemos o encaminhamento, tentando a chegar a soluções com eles", conta Rosa. "Depois de vários e-mails, indicamos o tratamento, que pode ser algum tipo de terapia".

Como o trabalho é realizado por e-mail, os psicólogos da PUC contam que atendem pessoas de todo o Brasil e até mesmo pacientes que se comunicam em língua estrangeira. Em nenhum momento é pedido qualquer identificação pessoal do paciente, como nome ou sobrenome. Além disso, não é necessário que o próprio adicto envie o e-mail pedindo ajuda, terceiros também podem contatar a clínica a fim de ajudar amigos ou parentes.

"Muitos pais entram em contato conosco. Analisamos cada caso e damos o encaminhamento que acreditamos ser necessário", diz Rosa. "Mas depois que avaliamos a situação e indicamos o tratamento, os pacientes tem de procurar auxílio próximo às suas casas, em outras cidades, e nem sempre há especialistas no assunto".

Obviamente, se o paciente procurar a PUC para dar prosseguimento ao tratamento depois da análise realizada pela clínica, será bem atendido. Mas o problema é que os e-mails são oriundos do Brasil inteiro e, por questões logísticas e espaciais, é impossível acompanhar de perto o desenrolar do tratamento.

Serviço
PROAD
Rua dos Otonis, 887 - Vila Mariana - São Paulo
Telefone: 5579-1543
E-mail: aderbalvieira@doctor.com
Site: http://www.proad.unifesp.br/

CLÍNICA DA PUC
Rua Monte Alegre, 961 - Perdizes - São Paulo
Telefone: 3670-8040
E-mail: nppi@pucsp.br
Site: http://www.pucsp.br/nppi/jornada/index.html

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