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14/08/2009 - 08h01

"Troca de e-mails resolveu meu problema", diz ex-compulsiva

SÉRGIO VINÍCIUS | Para o UOL Tecnologia
Em 2007, após ler uma reportagem sobre clínicas que tratavam de viciados em internet, Priscila*, arquiteta de São Paulo, concluiu que era compulsiva pela rede. Na época, decidiu enviar um e-mail para a clínica da PUC, para averiguar se era, realmente, compulsiva.

Antes de sair para o trabalho, ela ligava o computador e checava e-mails. Acordava uma hora antes de sair de casa justamente para isso. Aproveitava, lia notícias, navegava por rede sociais, checava novamente os e-mails e ia trabalhar. À tarde, ao entrar em casa, a primeira ação era sentar na frente do PC. E dá-lhe e-mails, notícias, bate-papo.

"Ia dormir sem ligar a TV, sem ler livros, revistas. Sem conversar com meus pais", conta. "Um dia li, na própria internet, uma reportagem sobre viciados, clínicas e tratamentos. Resolvi enviar um e-mail para a tal clínica da PUC".

Três semanas após o primeiro contato, Priscila começava a mudar alguns hábitos. Depois de relatar o caso para os psicólogos da PUC, ela descobriu que tinha um comportamento abusivo diante da rede, mas que poderia mudar bastando querer. Aos poucos, ela traçou metas e começou a diminuir o uso do computador em horários de lazer.

Na época, ela acabara de passar um término de um relacionamento e usava a internet como uma espécie de fuga. "No começo, eu passei a checar mais os e-mails, com a esperança de que meu ex-namorado me escrevesse. Depois, passei a entrar bastante no perfil do Orkut dele. Quando vi, já nem pensava mais nele para acessar a web".

Com a troca de e-mails com a clínica da PUC, Priscila percebeu que estava perdendo o controle da situação. Não era ela quem decidia mais quando entrar na web, já que ela fazia isso por instinto. Passou a conviver menos com a família e somente com a avaliação dos psicólogos foi que entendeu que a situação estava piorando, mas que a mudança de alguns hábitos bastaria para ela voltar ao que era antes.

"No começo, eu ficava aflita de não entrar mais tanto quanto queria e era difícil respeitar os limites de tempo que eu mesma havia imposto. Mas, depois, me adaptei. Semanas depois, quando pensei no assunto novamente, percebi que passava dias sem acessar a rede", afirma. "E, no final, foi a troca de e-mails que serviu para abrir meus olhos e resolver meu problema".

*os nomes foram trocados para preservar a privacidade das personagens

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