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14/08/2009 - 08h01

Dependência de internet: você está atento?

CRISTIANO NABUCO DE ABREU | Especial Para o UOL Tecnologia
Com o grande avanço tecnológico das últimas décadas, principalmente no que se tange a eletrônica e informática, a internet e os jogos eletrônicos tornaram-se cada vez mais populares. Muitos estudos relacionam o uso de jogos eletrônicos com a maior facilidade de aprendizado, o desenvolvimento de habilidades cognitivas e motoras, a melhora na capacidade de orientação espacial e a facilitação da socialização. As vantagens de seu uso têm sido testadas e comprovadas de forma semelhante ao uso da internet. No entanto, juntamente com o aumento na popularidade, surgiram relatos na imprensa leiga e na literatura científica de indivíduos que estariam "dependentes" da realidade virtual da e dos jogos eletrônicos. Vale ressaltar que esta é uma das queixas frequentes em consultórios psiquiátricos por parte de pacientes mais velhos ou mesmo de pais preocupados com seus filhos ao referirem aumento do isolamento social e piora nos rendimentos escolares e acadêmicos.

Embora esses fenômenos ainda sejam pouco estudados, a maioria dos autores sugere que o uso excessivo do videogame e da internet pode se tratar de novos transtornos psiquiátricos do século XXI. Pesquisas realizadas principalmente em países desenvolvidos e nos tigres asiáticos, onde o acesso à tecnologia ocorre de modo mais intenso, apontam que uma parcela da população jovem e adulta apresenta características de um uso problemático desses novos recursos eletrônicos.

Uma grande variedade de hipóteses tem sido levantada para tentar entender o mistério que representa sua causa, incluindo personalidade, dinâmicas familiares, aspectos ambientais, dentre outros. Muitos clínicos defendem a tese de que as pessoas em momentos de angústia, depressão ou mesmo fuga se valeriam da realidade virtual como uma forma de enfrentamento das dificuldades da vida. Algumas pesquisas já indicam que esses internautas já trariam consigo baixa capacidade de enfrentamento, e a internet seria apenas uma forma alternativa de escape e de realização, pois o anonimato e o retardo no tempo das comunicações permitiria uma melhor elaboração de estratégias de apresentação pessoal ao garantir maior intimidade e senso de realização, ou seja, se consegue na internet o que não se conseguiria na vida real.

É bom ficar de olho aberto!

Cristiano Nabuco de Abreu é coordenador programa de Dependentes de Internet do Instituto de Psiquiatria do HC/FMUSP. Para saber mais sobre o programa, acesse www.dependenciadeinternet.com.br - no site, há um teste que indica se o usuário é ou não adicto da rede. O grupo liderado por Abreu está com inscrições abertas para possíveis dependentes de internet. Para agendar atendimento, ligue para o 3069-7805.

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