Mais da metade das casas com computador está na Região Sudeste
CINTIA BAIO | Do UOL Tecnologia
Nada de comprar televisão, geladeira ou máquina de lavar roupas. Em 2008, o brasileiro escolheu investir mesmo em um computador dentre a lista de eletro eletrônicos para a casa.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de domicílios com computador saltou de 26,5% em 2007 para 31,2% em 2008. Isso corresponde a quase 18 milhões de casas. Embora modesto, o crescimento é o maior entre os bens de consumo citados acima.
No entanto, isso significa que apenas 3 em cada 10 domicílios brasileiros possuíam computador no ano passado. Desse total, mais da metade (56%) está localizado na Região Sudeste do país.
O Nordeste foi a região com menor número de computadores nas residências. Apenas 15,7% dos domicílios contabilizados possuem um micro. Em seguida vem a Região Norte, com 17%.
Internet para poucos
Do total de residências com computador no Brasil, 23,8% tinham conexão à internet em 2008. Apesar da evolução em relação a 2007 (20%), a desigualdade de acesso continua. A Região Sudeste é a que tem o maior número de lares conectados, com 31,5% deles. Em seguida vem a Região Sul, com 28,6%; a Centro-Oeste, 23,5%; Nordeste com 11,6% e, na lanterninha, Região Norte, com apenas 10,6% das casas com internet.
Segundo a analista de telecomunicações do Gartner, Élia San Miguel, o número de casas com acesso à internet ser menor do que as residências com computador é comum e faz parte de uma evolução. "O crescimento acontece porque as classes C e D estão comprando micros. Mas o preço do equipamento ainda é caro, assim é preciso parcelar o pagamento. Só depois é que o consumidor começa a pensar em pagar por um serviço de acesso", explica.
Ainda de acordo com a analista, Brasil e México correspondem a 60% do acesso à internet na América Latina. Mas o país ainda precisa evoluir em relação aos vizinhos.
Para se ter uma ideia, enquanto o Brasil tem uma taxa de penetração de internet média de 15% (segundo dados do Gartner), países como o Chile e Argentina chegam a 25%, 30%. "Temos uma área enorme e com dificuldades de instalar infraestrutura para acesso. Veja o caso da Região Norte. A expectativa é que, com o impulso da venda de computadores, as operadoras passem a oferecer serviços melhores e mais em conta em várias regiões", espera Élia.
Por conta, principalmente da crise, a expectativa é que a venda de computadores em todo o mundo tenha uma queda de 11,9% neste ano, totalizando 257 milhões de unidades vendidas, de acordo com o Gartner. Dentre a queda total de 11,9%, a diminuição das vendas de desktop representará 32% e as de laptops cairão 9%.