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17/05/2009 - 10h12

Principais problemas na rede são destaques no Dia Mundial da Internet

Paula Gil
San Francisco (EUA)
Há cerca de dez anos, não era possível imaginar que as redes de computadores seriam tão conectadas quanto são hoje em dia, e o Dia Mundial da Internet, celebrado neste domingo, foi criado justamente para estudar essa "nova" tecnologia e refletir sobre o futuro deste meio de comunicação.

Na maior parte do mundo, mas principalmente nos países desenvolvidos, a internet se transformou em uma ferramenta indispensável no trabalho e na vida diária, e é quase impossível imaginar realizar algumas tarefas sem esse mecanismo.

Isso se torna mais evidente quando se pensa em fazer buscas sem o Google, por exemplo, ou ficar sem a possibilidade de ler e-mails ou acessar o Orkut ou o Twitter, ou mesmo tirar dúvidas na Wikipedia.

O Dia Mundial da Internet serve para refletir sobre os principais desafios da rede, que, para os especialistas, passam por ampliar o acesso mundial, reforçar a segurança, combater a pirataria e facilitar a próxima mudança de protocolo.

A próxima geração da internet estará marcada pela mudança para a versão 6 do protocolo IP - atualmente, a versão usada é a 4 -, um passo que permitirá aumentar a segurança e ampliar as possibilidades da rede.

"Com o novo protocolo, os usuários se beneficiarão de uma maior segurança online e de novos aplicativos na internet", disse em entrevista por rádio Charles Lee, responsável de tecnologia da operadora Verizon Federal, que presta serviços ao Governo dos Estados Unidos.

Para o especialista, o maior potencial está na telefonia pela internet (VoIP) e nos aplicativos da rede para modernizar o sistema de saúde.

Outra possibilidade que pode ser mais explorada nos próximos anos será reduzir a pirataria e encontrar modelos de negócio que permitam proteger a propriedade intelectual em um ambiente onde é cada vez mais fácil ter acesso a todo tipo de conteúdos online.

Países como os EUA estão conseguindo convencer o internauta sobre as vantagens do consumo legal de filmes e música graças a sites como Hulu.com ou a loja online da Apple, mas em alguns países a pirataria continua sendo um grave problema.

No caso do software, o aumento do acesso à internet nos mercados emergentes e a popularização do programa baseado na rede contribuem para o aumento da pirataria.

De acordo com a organização americana BSA, as perdas para o setor superaram os US$ 50 bilhões no ano passado, um aumento de 11% frente a 2007.

A próxima onda de pirataria online, afirmam os especialistas, poderia afetar uma nova indústria, a editorial, pois os novos leitores eletrônicos estão contribuindo para que cada vez haja mais cópias ilegais de livros circulando livremente na rede.

A internet enfrenta também um domínio cada vez mais excessivo por parte de algumas empresas. Em teoria, a rede nasceu como um meio que estimularia a pluralidade e no qual um internauta com um blog e um grande conglomerado midiático teriam, a princípio, as mesmas oportunidades.

Gigantes da internet, como Google, YouTube, Amazon, Facebook, Microsoft ou Yahoo!, concentram hoje boa parte do tráfego na rede e uma grande fatia da publicidade online.

Os usuários se tornaram tão dependentes destes portais que qualquer problema técnico em um deles pode chegar a gerar um caos mundial, como aconteceu na quinta-feira.

Nesse dia, a página do Google ficou indisponível por cerca de uma hora e meia, deixando sem serviço cerca de 14% dos usuários, principalmente nos EUA, muitos dos quais também não podiam usar ferramentas como Gmail ou Google Analytics.

As queixas e comentários sobre o incidente se espalharam em questão de minutos em blogs, jornais online e serviços como Twitter, onde centenas de pessoas fizeram postaram mensagens sobre o incidente.

"Se o Google não funciona, eu não posso trabalhar", afirmou na sexta-feira Dave Methvin, analista e blogueiro da revista americana "InformationWeek". "É preciso ter medo da dependência do Google ou tratá-lo como necessidade por água e comida?", questionou.

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