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07/07/2008 - 17h13

Blogueiro russo é sentenciado por post "extremista"

Por Chris Baldwin

MOSCOU (Reuters) - Um homem russo que descreveu a polícia de sua cidade como "corja" em um post na Internet recebeu uma sentença de prisão por extremismo, levando os blogs russos a protestar contra o cerceamento à liberdade de expressão.

Savva Terentiev, de 28 anos, um músico de Syktyvkar, 1.515 quilômetros ao norte de Moscou, escreveu em seu blog no ano passado que a força policial local precisava ser depurada por meio da queima de policiais na praça da cidade duas vezes ao dia.

Condenado por acusações de "incitação ao ódio ou à hostilidade", Terentiev recebeu sentença de um ano de prisão na segunda-feira, de acordo com agências de notícias russas.

Os defensores da liberdade de expressão afirmam que a decisão pode criar um precedente perigoso quanto à liberdade de na Internet, um fórum vibrante de debate político em um país na qual a mídia convencional costuma ser deferente com as autoridades.

"Trata-se de um veredicto absolutamente injustificado", disse à Reuters Alexander Verkhovsky, diretor da SOVA, organização não-governamental de Moscou que monitora o extremismo. "O comentário de Savva era decerto rude, mas esse veredicto significa que não se pode fazer comentários rudes sobre qualquer pessoa."

O veredicto foi discutido nos blogs russos. "Agora não sei se eu deveria ou não estar escrevendo aqui", postou o blogueiro Likershassi em um site.

"O fato de que Terentiev recebeu uma sentença não importa. O que importa é o precedente", escreveu um blogueiro chamado Puffinus.

Contactado pela Reuters, Terentiev confirmou a sentença e disse que não podia acrescentar comentários.

O post pelo qual ele foi condenado foi removido da Internet. O jornal russo Kommersant afirma que o texto dizia que "aqueles que se tornam policiais são uma corja" e pedia que os policiais fossem queimados em uma fogueira.

Depois que o processo foi aberto, Terentiev escreveu uma carta aberta ao presidente Dmitry Medvedev, e se declarou inocente. "Não insuflei o ódio social contra o departamento de polícia ou seus funcionários", escreveu na carta, postada em um de seus sites, o www.zasavva.ru.

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