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14/11/2008 - 16h51

Facebook exclui páginas neonazistas italianas após polêmica

Por Robin Pomeroy

ROMA (Reuters) - O Facebook anunciou nesta sexta-feira que havia retirado de seus sites diversas páginas usadas por neonazistas italianos para incitação à violência, depois que políticos europeus acusaram o serviço de redes sociais online de servir como plataforma para o racismo.

Sete páginas de diversos grupos haviam sido criadas no site com títulos que incitavam à violência contra os ciganos.

"A existência desses grupos é repulsiva", disse Martin Schulz, líder socialista do Parlamento Europeu, que apresentou uma queixa contra a empresa norte-americana.

O Facebook informou que havia retirado as páginas porque elas violavam suas condições de uso.

"O Facebook apóia o livre fluxo de informações e os grupos oferecem um fórum para a discussão de temas importantes. Mesmo assim, o Facebook removerá de seu site qualquer grupo que defenda a violência ou faça ameaças", anunciou a empresa em comunicado.

Os 'roma', ou ciganos da Itália, são comunidades que estiveram sujeitas a diversos ataques naquele país nos últimos meses, depois que veículos de mídia italianos começaram a concentrar suas atenções em crimes violentos cometidos por ciganos.

O governo italiano removeu os acampamentos ilegais nos quais muitos roma viviam.

Membros do Parlamento Europeu e alguns grupos católicos criticaram o que percebem como uma demonização do grupo étnico, o qual, como os judeus, foi submetido a homicídio em massa na Alemanha nazista.

O Facebook permite que os usuários criem perfis pessoais e formem comunidades de amigos na Internet. Os usuários também podem criar grupos que tratam de interesses compartilhados, como um partido político, música ou cinema.

Shimon Samuels, do Centro Simon Wiesenthal, uma organização judaica de defesa dos direitos humanos, comentou que o Facebook deveria criar tecnologia que permita filtrar esse "discurso do ódio".

"Não é nada novo, já vimos episódios como esses antes no Facebook. Não é surpresa que esse grupo marginal de neonazistas italianos tenha aproveitado o site", disse Samuels à Reuters.

O Facebook informou que não revisa páginas antes de publicadas, mas tem uma equipe que fiscaliza violações de seus termos de uso, os quais proíbem aos usuários publicar material agressivo ou contestável por critérios raciais, étnicos e outros.

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