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Carregador de celular comprado na rua pode trazer riscos; previna-se

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Do UOL, em São Paulo

30/10/2015 06h00Atualizada em 06/11/2015 19h37

Sobreaquecimento, lentidão no carregamento e até possibilidade de incêndios ou queimaduras. O usuário de um carregador de celular sem certificação dos órgãos reguladores está sujeito a esses riscos, na opinião de especialistas, por afetarem negativamente a bateria do aparelho. Mas o que pouca gente sabe é que a crescente categoria dos carregadores portáteis pode ser até mais perigosa do que os carregadores convencionais.

O chefe de divisão metodologia da informação em telecomunicações da Inmetro, Rodolfo Saboia, diz que o risco de um carregador portátil --também conhecido como "power bank"-- de procedência duvidosa é semelhante a de eventuais baterias de celular que explodem. "Esse dispositivo é normalmente composto de uma bateria interna de íon lítio que, dependendo da carga armazenada e da qualidade do produto, pode causar uma eventual descarga capaz de explodir e causar fogo na mochila ou no bolso", explica.

Os carregadores comuns são na verdade fontes de energia que convertem a corrente da rede elétrica para os valores aceitos pelo smartphone (ver dicas abaixo). Essa energia é recebida por um carregador interno do celular, que por sua vez leva a carga à bateria. Seu risco é menor por converter a energia para índices baixos, reduzindo assim riscos de acidentes.

Como as grandes fabricantes já cumprem normas internacionais de segurança e realizam extensos testes para garantir a segurança e eficácia dos carregadores, o consumidor deve mesmo ficar atento se as fabricantes menores fazem o mesmo, lendo as informações nos manuais e informações descritas no próprio carregador.

Já as fontes e carregadores portáteis "de camelô", isto é, sem marca aparente e vendidos de forma ilegal, devem ser sempre evitados. "Nem sempre o carregador mais caro tem maior qualidade, mas o usuário precisa desconfiar um pouco quando o preço for muito abaixo do praticado no mercado. Vale aquela máxima: 'o barato sai caro'", diz Rodrigo de Maio Almeida, professor de Engenharia Elétrica da universidade paulista FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado).

Garanta a segurança com carregadores

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    Prefira marcas conhecidas e fuja dos "piratas"

    Essa é básica: mesmo que celulares, baterias e carregadores do mercado ilegal sejam mais baratos ou mais convenientes de se comprar devido à sua facilidade de acesso --camelôs os vendem até em semáforos--, eles não compensam os riscos. Caso danifiquem seu aparelho, provoquem acidentes ou apenas deixem de funcionar direito, você não terá a quem recorrer pelos meios legais. No caso do setor de celulares, Apple, Samsung, Sony, LG, Motorola, Asus, Xiaomi, Microsoft (ex-Nokia) e a Positivo são algumas das marcas mais conhecidas no mercado brasileiro e que tem representação legal por aqui.

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    Priorize o carregador de fábrica do seu aparelho

    Se você seguiu a dica acima, vai ser tranquilo seguir esta aqui: o carregador que vem com o seu aparelho possivelmente passou por vários testes da fabricante para render o melhor aproveitamento na transmissão de energia para a bateria. Portanto, faça bom uso dele. No entanto, caso você perca o carregador original, não é de todo mal usar um carregador de outra marca e/ou modelo, desde que este também tenha sido fabricado por empresas com certo nome no mercado.

  • Niroworld

    Selo internacional de qualidade

    Atente para os selos internacionais de organizações que avaliam a segurança dos produtos sob rigorosos critérios. Um bastante conhecido é o CE, sigla francesa para Conformité Européenne ("Conformidade Européia"), mas há outros de outras regiões do mundo, como FCC e UL (Estados Unidos), CCC e NOM.

  • Sinclair Maia/Anatel

    Selo da Anatel

    O principal selo de certificação dos produtos vendidos no Brasil é o da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). O uso do carregador é regulamentado por três resoluções da agência: a nº 481, de 10 de setembro de 2007 (que trata da certificação e homologação do produto), a nº 442 de 21 de julho de 2006 (que trata da compatibilidade eletromagnética) e a n° 529, de 03 de junho de 2009 (segurança elétrica). Assim, ao adquirir ou utilizar um carregador de celular, o usuário deverá observar se o produto possui o selo de identificação da homologação da Anatel. Isso vai indicar que o produto atende aos requisitos especificados pelas resoluções.

  • Thierry Monasse/AFP

    Atente aos valores de energia

    Se mesmo seguindo as dicas anteriores você quiser ter uma certeza mais técnica, atente às informações técnicas escritas em cada carregador. De modo geral, são compostos de um cabo USB/MicroUSB (Android) ou USB/Lightning (iPhones), um transformador e um circuito interno que controla a energia de saída, que deve ser tensão de até 5 Volts e corrente de até 2 Amperes, resultando em uma potência de até 10 Watts. Não esqueça também de checar se a tensão de entrada do carregador é equivalente à da rede elétrica local, de 110V ou 220V; muitos deles felizmente são do tipo bivolt, isto é, aceitam os dois níveis de tensão.

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    Evite o mau uso do carregador

    No mais, o usuário que estiver usando um carregador precisa prestar atenção em alguns fatores para garantir uma vida útil maior e reduzir as chances de acidentes. Na prática, isso significa: proteger o cabo e trocá-lo se estiver quebrado; evite quedas acidentais e contato com líquidos; não deixar o carregador conectado à tomada quando não estiver sendo utilizado; e não manter o celular conectado ao carregador e à rede elétrica com a bateria carregada. "Se ocorrer uma falha no sistema que controla a carga da bateria, pode haver um sobreaquecimento do carregador e da bateria, o que aumenta o risco de acidente", diz Rodrigo de Maio Almeida, da FAAP.