Topo

FBI pagou mais de US$ 1 milhão para acessar iPhone de atirador, diz diretor

Diretor do FBI, James Comey evitou revelar o valor exato que foi pago aos hackers que ajudaram a desbloquear o iPhone - Reprodução
Diretor do FBI, James Comey evitou revelar o valor exato que foi pago aos hackers que ajudaram a desbloquear o iPhone Imagem: Reprodução

Em Washington

22/04/2016 03h15

O FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, pagou mais de US$ 1 milhão para que um grupo de hackers profissionais o ajudasse a desbloquear o iPhone utilizado pelo autor do tiroteio em San Bernardino, na Califórnia, em dezembro do ano passado, que resultou na morte de 14 pessoas.

Ao ser perguntado pelos jornalistas durante uma conferência realizada nesta quinta-feira (21), o diretor do FBI, James Comey, evitou revelar o valor exato que foi pago aos piratas cibernéticos, mas indicou que a quantia é superior ao que ele ganhará durante todo o tempo que lhe resta no cargo.

"O valor foi alto. Mais do que eu ganharei no período que me resta neste trabalho, que são sete anos e quatro meses", respondeu Comey ao ser perguntado sobre quanto foi pago pela tecnologia que permitiu o desbloqueio do iPhone.

O salário do diretor do FBI é público e chega a US$ 181.500 anuais, por isso o total que Comey tem para receber de hoje até o dia em que deixará o cargo é de aproximadamente US$ 1,331 milhão.

Segundo as palavras de Comey, pode-se inferir que o grupo de hackers recebeu um valor superior a essa quantia.

No dia 12 de abril, foi divulgado que o FBI contatou os hackers, que encontraram uma falha de software até então desconhecida e proporcionaram essa informação aos agentes para que eles pudessem criar um hardware que os permitisse ter acesso ao telefone.

Com isso, os investigadores puderam burlar a senha pessoal de quatro dígitos sem ativar um mecanismo de segurança usado pela Apple, que apagaria todo o conteúdo do telefone caso se introduzisse a senha incorreta mais de dez vezes.

Assim, o FBI conseguiu ter acesso ao telefone de Rizwan Farook, o responsável, ao lado de sua esposa, Tashfeen Malik, pela morte de 14 pessoas em dezembro, na Califórnia, após um longo litígio legal com a Apple, que se recusou a colaborar com os agentes.

A companhia alegou que, se acatasse aos pedidos do governo, colocaria em risco a privacidade de todos os seus dispositivos.