Oito em cada dez brasileiros baixam músicas ou vídeos piratas da internet, estima Ipea
Um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), publicado nesta quinta-feira (10), estima que oito em cada dez internautas brasileiros baixam músicas ou vídeos piratas da internet. A pesquisa é fruto do cruzamento de dados do levantamento TIC Domicílios 2010, promovido pelo CGI (Comitê Gestor da Internet), e que busca dar um panorama da internet no Brasil.
Chamado de “Download de músicas e filmes no Brasil: Um perfil dos piratas online” (clique aqui para ter acesso), o estudo diz que 81% dos usuários de internet se consideram piratas online. Esse termo define usuários que baixaram músicas ou filmes nos últimos três meses e não compraram músicas ou filmes nos últimos doze meses.
Ao justificar o motivo por que não é possível cravar dados sobre o assunto pirataria digital, o estudo diz que “os envolvidos têm receio de sanções”.
Ao analisar os dados do levantamento é possível aferir que a classe econômica tem ligação direta com o consumo de conteúdos piratas. Na classe A, 75% dos usuários informaram ser piratas online, enquanto nas classes D e E juntas essa porcentagem foi de 96%.
No campo da escolaridade foi observada tendência parecida: quanto menor o tempo de estudo, maior a ocorrência de pirataria entre os usuários. Dentre os usuários que estudaram até o primário, 92% afirmaram baixar vídeos e músicas. Já entre pessoas com nível superior, 77% disseram que fazem download de arquivos multimídia de forma ilegal.
No que diz respeito à região, é no nordeste do Brasil que há maior taxa de internautas piratas: 86% dos entrevistados da região que usam internet disseram ter baixado vídeo ou música ilegais nos últimos meses. Após nordeste, vem o sudeste (82%), sul (79%) e norte e centro-norte (ambos com 73%).
Possíveis causas
Apesar de não ser conclusivo, o levantamento do Ipea levanta algumas questões sobre possíveis causas da pirataria no país – sobretudo na área de filmes. “A ausência de salas de exibição de filmes em mais de cinco mil municípios do país tende a incentivar o consumo de filmes piratas. Como a oferta é marcado pelo lançamento nos cinemas [...], os habitantes desses municípios desatendidos só têm as opções de viajar ou adquirir um produto pirata.”
Já no campo musical, o estudo cita a evolução tecnológica – não é necessário mais um intermediário, uma vez que o usuário pode baixar diretamente da internet –, a falta de legislação sobre o assunto e de modelos de negócios interessantes para o consumidor.
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