Adolescente autista impedida de usar iPad em voo nos EUA critica proibição pelo Facebook
Uma adolescente autista que usa o iPad como única forma para se comunicar com outras pessoas foi impedida de deixar o tablet ligado durante um voo da American Airlines, que ia de Los Angeles a Toronto. No Facebook, ela agora faz um apelo para que a regra de segurança seja revista em casos especiais.
Segundo o “Daily Mail”, Carly Fleischmann, 17, sofre de apraxia oral, que faz com que ela tenha dificuldade de falar, embora sua mente seja capaz de organizar pensamentos. O iPad para Carly funciona tal qual uma “prótese”, conforme ela mesma define, que possibilita sua comunicação.
Durante a decolagem, assim como no Brasil, os comissários de bordo pedem que todos os equipamentos eletrônicos sejam desligados e evitar riscos de interferência na comunicação entre pilotos e a torre de controle do aeroporto. Além disso, após esse período, os aparelhos só podem ser usados em “modo avião”, que desabilitam funções necessárias para que o tablet funcione integralmente para Carly poder se comunicar.
O terapeuta de Carly, Howard Dalal, que a acompanhava, tentou frisar aos comissários que o caso de Carly era uma exceção. “Se ela estivesse a ponto de ter uma convulsão, não haveria outro modo de me alertar a não ser pelo iPad.”
O capitão do voo foi chamado para resolver a situação e, segundo Carly, concordou que era importante permitir que ela usasse o iPad durante o voo. “Mas a aeromoça ainda insistiu que eu pusesse o iPad no compartimento da frente do meu assento, fora do meu alcance”, disse.
No Facebook, Carly diz que o tablet é “como sua boca e mãos” e que tirá-lo dela é o mesmo que colocar uma fita adesiva na boca ou atar as mãos de um surdo que se comunica por sinais
Após descerem do avião, o capitão do voo disse à adolescente que a política de segurança era “ridícula” e que os própios pilotos costumam usar iPads durante decolagens e pousos.
No Facebook, Carly fez um apelo à American Airlines para que a companhia reveja o procedimento de segurança em casos como o dela. “Imploro para que vocês mudem a politica quando tem de lidar com pessoas autistas ou portadoras de necessidades especiais”, escreveu.
Em nota, a American Airlines afirmou que os comissários de bordo são responsáveis por seguir as regras do Departamento de Transportes dos Estados Unidos, que estabelece durante a decolagem e aterrissagem a proibição do uso de eletrônicos. “Lamentamos qualquer desconforto pelo qual Carly tenha passado”, adicionaram.
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