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Queridinho dos jogadores, fone de ouvido Monster equivale a preço de iPod no Brasil

Fone de ouvido potente e com bom design, o Beats está disponível em diversas cores - Divulgação
Fone de ouvido potente e com bom design, o Beats está disponível em diversas cores Imagem: Divulgação

Sérgio Vinícius

Do UOL, em São Paulo

01/11/2012 07h00

Os fones da linha Beats by Dr. Dre, da Monster, são conhecidos no Brasil por dois motivos principais. Primeiro, seu alto preço: na Apple Store, um modelo dos mais simples custa R$ 800; em sites comparadores de preço, a versão grande pode ser encontrada por mais de R$ 1.000 (a título de comparação, um iPod touch de 32 GB custa cerca de R$ 739). Depois, por seu público cativo: jogadores de futebol, que o ostentam quando descem dos ônibus, quando desejam ignorar a multidão. Ao redor do mundo, eles também fazem a cabeça de outras estrelas dos esportes - atletas da NBA, nadadores, velocistas.

  • Divulgação

    Beats pode ser dobrado

Com design bastante atraente - o preto e vermelho e um B em vermelho nas laterais - e com garotos-propaganda de peso ao redor do planeta, esse equipamento muitas vezes chama mais atenção para seu visual do que qualidade sonora. Para saber se ele é tão bom orelha para dentro, como é para fora, o UOL Tecnologia avaliou o modelo Solo HD e ainda contou com as impressões do music stylist Alessandro de Paula, da AMP Music. Não há uma loja oficial da Beats no Brasil, mas o modelo testado é encontrado por cerca de R$ 850.

Teste tiro-curto

Uma vez com o Beats by Dr. Dre na cabeça, o som que ele emana agrada. A partir de músicas tocadas em um iPod, o fone mostrou que consegue veicular canções em um volume tão alto que chega a incomodar em longos períodos. Outro ponto que impressiona é o reforço nos graves: o baixo aparece com grande destaque - até demais, em longos momentos de uso. Eis uma pista do motivo que faz jogadores de futebol gostarem tanto do equipamento: músicas como funk exigem bastante dos graves e realçam bastante as batidas.

Direto ao ponto

Nome: Monster Beats by Dr. Dre Solo HD
Peso: 160 g
Altura: 19,7 cm
Comprimento do cabo: 1,36 m
Tipo de conexão: 3,5 mm
Características adicionais: controle de volume e de faixas no cabo
Preço sugerido: R$ 850
Pontos positivos: lindo design, atinge altos volumes
Pontos negativos: não fica bem acoplado na cabeça e incomoda em longas jornadas

A qualidade sonora, no geral, agrada muito com os agudos bem demarcados. O isolamento acústico, de suas orelhas com o exterior, é praticamente perfeito: é necessário tirar o fone da cabeça para saber o que o interlocutor está falando. Para ignorar fãs e imprensa, é um eletrônico perfeito - não dá dor na consciência, pois o que os ouvidos não ouvem o coração não sente.

Em resumo, trata-se de um bom aparelho para usos moderados durante o dia a dia. Isso porque, para longas maratonas de uso, como em sessões como DJ ou em oito horas de trabalho no escritório, pode incomodar.

É o que relata Alessandro de Paula, citado no começo desta reportagem: ele adquiriu o Beats by Dr. Dre tamanho médio para dar som em festas e utilizá-lo diariamente, mas acabou aposentando o equipamento. O modelo foi trocado por outras duas alternativas (intra-auriculares para o dia a dia, grandes para tocar em eventos). Alessandro é music stylist da AMP Music, especializada em ambientações sonoras para marcas como Reebok e BMW Mini.

  • Arquivo Pessoal

    Alessandro adquiriu o Beats by Dr. Dre para utilizá-lo diariamente, mas acabou aposentando fone

Palavra de especialista

Alessandro descreve vários aspectos no Monster que agradam. O belo design é um deles. Do ponto de vista sonoro, ele diz haver um reforço incrível nos graves;  volume que ele alcança também é bastante bom.

"O problema é que o som de baixo é tão, mas tão reforçado, que a longo prazo incomoda. Mesmo tentando equalizar em aparelhos que permitem isso, não é possível deixar satisfatório", aponta o profissional. "Como gosto de ouvir música em volumes altos, coisa que o Monster permite com facilidade, o [instrumento] baixo acaba incomodando."

Ainda segundo Alessandro, há outro problema no modelo médio: depois de 40, 50 minutos com ele na orelha, começa a apertar. Com o pequeno, auricular, o desconforto não acontece. "Aquele que abarca a orelha fica grande demais na cabeça. Já o médio machuca a longo prazo", diz. "Quando optei por ele, tinha a ideia de utilizá-lo tanto no dia a dia como profissionalmente. Depois de um tempo, acabei aposentando."

Por conta desses problemas, Alessandro relata que atualmente utiliza outros fones para suas tarefas, tanto diárias como profissionais.  "Para o dia a dia, para ouvir músicas em meus eletrônicos portáteis, uso os pequenos da Sennheiser e da Shure. São os melhores do mercado", informa. "Já para atuar profissionalmente, gosto muito de dois da Aerial7. Uso o Chopper e o Tank".