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Após confusão com novo termo de uso, Instagram nega que venderá fotos de usuários

Novo termo de uso do Instagram pode ser acessado em inglês no próprio aplicativo da rede  - Reprodução
Novo termo de uso do Instagram pode ser acessado em inglês no próprio aplicativo da rede Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

18/12/2012 20h09Atualizada em 18/12/2012 21h30

O Instagram divulgou um comunicado nesta terça-feira (18) dizendo que não venderá as fotos dos usuários da rede social, como muitos podem ter entendido ao ler os novos termos de uso. Com mais de 100 milhões de perfis, a rede foi comprada pelo Facebook em abril.

Em nenhum momento, o texto assinado pelo cofundador Kevin Systrom dá a entender que a empresa voltou atrás naquilo que anunciou: o executivo insiste que documentos legais podem ser “mal-interpretados” e que a linguagem usada foi “confusa”. Fato é que a nova política do serviço, a ser implementada no dia 16 de janeiro, mobilizou os usuários do serviço, indignados com a possibilidade da venda de suas imagens. 

“Nossa intenção [...] era comunicar que gostaríamos de testar novas formas de anúncios, que parecem apropriadas para o Instagram. Muitos interpretaram que venderíamos suas fotos, sem qualquer tipo de recompensa. Isso não é verdade e o erro foi nosso, pelo uso de uma linguagem confusa. Para sermos claros: não é nossa intenção vender suas fotos.” 

No texto intitulado “Obrigado e estamos ouvindo”, ele também afirma que a “linguagem” do comunicado criou dúvidas sobre o uso das fotos dos próprios usuários em anúncios. “Não temos planos de fazer nada desse tipo [...]. Nosso principal objetivo é evitar itens como banners publicitários, que você vê em outros aplicativos, e que podem prejudicar a experiência de uso.” 

O cofundador da rede também reitera, em sua nota de esclarecimento, que os usuários são donos de seu conteúdo: “O Instagram não tem os direitos de propriedade sobre suas fotos. Nada em relação a isso mudou”. Também não teve mudanças, ainda segundo Systrom, no controle que o usuário tem sobre suas imagens. “Se você escolher que elas serão privadas, o Instagram só vai compartilhá-las para quem você aprovar.” 

"Contexto"
Apesar de se tratar de uma nota de esclarecimento, o conteúdo pouco explicou o que efetivamente acontecerá, segundo o novo termo de uso (sua principal função foi negar as informações desmentidas, que vinham ganhando força).

Em um trecho da nota que tinha o objetivo “criar um contexto” sobre como seriam as novas formas de anúncio, Systrom escreveu (sem efetivamente explicar essas mudanças). “Suponha que uma empresa queira promover sua conta para ganhar mais seguidores, e o Instagram possa destacá-la de alguma forma. Para criar uma promoção mais proveitosa e relevante, seria útil ver quais das pessoas que você segue também seguem esta empresa. Dessa forma, algumas dos dados que você produz –ações como seguir uma conta ou a foto de seu perfil – podem aparecer se você estiver seguindo essa empresa.”

Mudanças 
Na segunda (17), usuários do Instagram foram comunicados sobre alterações que a rede social de fotos fará em seus termos de uso do serviço por uma mensagem no próprio aplicativo -- o texto deve ser alterado, como escreveu Systrom, para evitar confusões. 

Entre as novidades do texto original, era citado o uso de dados dos perfis -- como nome de usuários, "curtidas" e fotos --  em publicidade e promoções. Segundo o tópico "Direitos de propriedade", alguns serviços da rede são apoiados pela receita de anúncios. O usuário, para ajudar na oferta de conteúdo pago ou patrocinado, deveria concordar que "empresas e entidades paguem ao Instagram para exibir seus dados de perfil". Isso inclui o nome de usuário, fotos (juntamente com todos os metadados associados), sem que o dono do perfil receba por isso.  

Roberto Baldwin, da "Wired", recomendou aos usuários que baixassem as fotos do Instagram e depois apagassem suas contas, sob o pretexto de que a empresa poderia "vender suas fotos para terceiros em anúncios sem comunicá-lo". O "Huffington Post" chegou a fazer um tutorial ensinando como deletar sua conta no site e divulgou 11 alternativas à popular rede social