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Postagens no Facebook são mais lembradas que trechos de livros e rostos, diz estudo

Do UOL, em São Paulo

16/01/2013 19h23Atualizada em 16/01/2013 19h33

Um estudo feito de forma conjunta pela Universidade da Califórnia e Universidade de Warwick, ambas americanas, revela que em um teste de memória as pessoas lembram mais de postagens feitas no Facebook do que de rostos ou de trechos de livros lidos. A pesquisa foi publicada no periódico “Springer Journal Memory & Cognition”.

Chamado de “Major Memory for Microblogs”, a pesquisa informou que atualizações de status do Facebook foram uma vez e meia mais lembrados do que trechos de livros. A diferença é ainda maior no caso de rostos: as postagens na rede foram duas vezes e meia mais recordadas do que rostos de pessoas.

“Nós ficamos muito surpresos. Esses tipos de resultados são similares aos da diferença entre pessoas com amnésia e de pessoas com memória saudável”, disse Laura Mickes, doutoranda em psicologia e uma das autoras do levantamento.

Durante o levantamento de dados para o estudo, os pesquisadores fizeram com que as postagens do Facebook não fossem muito diferentes (em tamanho) de sentenças publicadas em livros. Além disso, foram removidos todos os traços de comunicação digital informal (como emoticons, exclamações, pontos, etc) para verificar se esses elementos facilitavam a memorização. Mesmo assim, as mensagens da rede social foram mais lembradas.

“Além de o efeito Facebook ser forte, a nossa frequência ao utilizar a rede acaba corroborando este efeito cada vez que nós o acessamos”, analisou Christine Harris, coautora da pesquisa.

O levantamento fez ainda experimentos comparativos com os entrevistados utilizando títulos, trechos de textos e comentários de leitores tirados de reportagens da CNN. Os elementos jornalísticos estavam separados em notícias e reportagens de entretenimento.

Os títulos das matérias foram os elementos mais lembrados, o que suporta a ideia de que os posts do Facebook são mais lembrados pela sua integridade. Além disso, os títulos das reportagens de entretenimento foram mais lembradas que as notícias do dia. Isso confirma a a noção de que o fator “fofoca” ajuda no processo de memória.

No entanto, os comentários dos leitores foram os elementos mais lembrados pelos entrevistados -- da mesma forma que os posts do Facebook.

Os cientistas suspeitam que exista uma espécie de pré-disposição do cérebro em guardar elementos de comunicação digital. Para eles, há grande probabilidade de conseguirmos memorizar uma linguagem não muito elaborada [posts do Facebook], que a uma feita em termos mais formais [trechos de livros ou de notícias].