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Smartphone da Huawei promete conexão 4G ultrarrápida, mas ainda falta rede compatível

Guilherme Tagiaroli

Do UOL, em Barcelona (Espanha)

26/02/2013 06h01

Atingir uma velocidade de download de 150 Mbps (megabits por segundo) é um grande feito, quando a conexão 3G no Brasil não passa de 1 Mbps. A fabricante chinesa Huawei apresentou no Mobile World Congress o smartphone Ascend P2, que promete essa velocidade inédita para um portátil. Faltou informar, no entanto, que é necessária uma rede específica para conseguir um resultado tão bom quanto o anunciado.

O segredo da Huawei para atingir a velocidade monstruosa de download é um chip que funciona em redes 4G LTE (Long Term Evolution) categoria 4. Mas a maioria das redes LTE disponíveis no mercado são da categoria 3 e têm velocidade máxima de download na casa dos 100 Mbps.

No MWC, em Barcelona, os 150 Mbps do Ascend P2 ficaram só na teoria. A reportagem viu o aparelho funcionando em uma rede HSPA+ (também chamada no Brasil de 3G Max ou 3G Plus) com velocidade de 2 Mbps.

Segundo promotores no estande da Huawei, a rede 4G LTE da categoria 4 necessária para a conexão ultrarrápida está disponível em países escandinavos e “talvez na Coreia do Sul”. A operadora Orange oferece comercialmente esse tipo de conexão em quatro cidades francesas: Marselha (desde junho de 2012), Lyon, Lille e Nantes (desde novembro de 2012).  

A Huawei vai começar a vender o Ascend P2 globalmente a partir do segundo trimestre de 2013 – por conta da carência de redes compatíveis, no entanto, ele não deve chegar aos 150 Mbps prometidos. Na Europa, o preço do smartphone desbloqueado ficará em 399 euros (aproximadamente R$ 1.050). 

Além da velocidade
A internet do Ascend P2 pode mesmo ser muito rápida, apesar de isso não ter sido comprovado pela reportagem. No entanto, o dispositivo também chama a atenção pelas boas especificações de hardware, o pacote de recursos (semelhante aos concorrentes, é verdade) e pelas opções de otimização.

Apesar de grande (4,7 polegadas), o smartphone não fica um “trambolho” nas mãos e é superleve (pesa 122 gramas). A tela sensível ao toque, por ter a segunda versão da tecnologia Gorila Glass, pode até ser manuseada com luvas convencionais – isso é muito útil para países onde o inverno é severo.

A câmera incorpora uma série de funções em aplicativos, como a opção de colocar filtros e de “deformar” partes do corpo dos amigos. A resolução de 13 megapixels faz com que o zoom em imagens revele detalhes com uma definição muito boa.

A interface gráfica Emotion UI (que roda sobre o sistema Android 4.1) vem com diversos tipos de personalização da “cara” do sistema operacional. É possível, por exemplo, fazer com que os ícones fiquem no formato de quadrado ou mesmo redondos. Até o efeito de navegação entre as áreas de trabalho pode ser mudado.

A propósito, a área de trabalho permite configurar até nove espaços. Mesmo assim, por padrão, a companhia teve a sábia decisão de deixar apenas quatro, pois, usando as palavras do diretor-executivo da Huawei em coletiva de imprensa, “menos é mais”. Quanto mais espaço os usuários têm, mais eles costumam baixar aplicativos inúteis ou até mesmo se perderem na bagunça.

Um recurso que chamou a atenção no Ascend P2 é que ele dá a opção de utilizar um teclado T9. Para quem não se lembra, T9 é uma tecnologia utilizada em celulares na década de 90, que tenta adivinhar o que o usuário está escrevendo.  A funcionalidade pode ser ótima, se você lembrar como usá-la.

Huawei Ascend P2

Tela: 4,7 polegadas, Gorilla Glass
Sistema operacional: Android 4.1
Processador: Quad-core de 1,5 GHz
Câmera: 13 megapixels
Conexão: 4G LTE categoria 4
Armazenamento: 16 GB (expansível com cartão)
Preço:399 euros (cerca de R$ 1.050)