Topo

Autocensura faz sete a cada dez usuários desistirem de postar no Facebook, diz estudo

Autocensura é mais comum nos posts (33% dos casos) do que nos comentários (13%) - Thomas Hodel/Reuters
Autocensura é mais comum nos posts (33% dos casos) do que nos comentários (13%) Imagem: Thomas Hodel/Reuters

Do UOL, em São Paulo

17/04/2013 10h16

Um estudo da universidade norte-americana Carnegie Mellon em parceria com o Facebook indica que 71% dos usuários já se autocensuraram ao usar a rede social. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram durante 17 dias uma base de 3,9 milhões de usuários dos Estados Unidos e Reino Unido, que têm o inglês como primeira língua.

A autocensura era registrada no levantamento quando alguém digitava mais de cinco letras, mas não publicava esse texto no período de dez minutos. O registro foi possibilitado pela parceria com a rede social, que pôde identificar esse tipo de comportamento entre seus usuários. “Registramos a presença ou ausência [na rede social] do texto digitado, sem identificar as teclas utilizadas ou conteúdo [...]. A análise era feita de maneira anônima, sem identificar a atividade dos usuários”, explica a pesquisa.

Ainda de acordo com o levantamento, a autocensura é mais comum nos posts (33%) do que nos comentários (13%). O levantamento não divulga outras porcentagens relacionadas ao conteúdo que não vai para o ar. 

As pessoas desistem de publicar algo principalmente quando têm dificuldades para definir sua audiência (se o “público-alvo” estiver bem definido, o usuário tem menos receio dessa divulgação). Além disso, os homens censuram mais posts que as mulheres quando a maioria de seus amigos também é do sexo masculino. Já os usuários mais velhos censuram menos, assim como aqueles que têm muitos amigos com diferentes idades e visões políticas.

Por enquanto, os motivos da autocensura ainda são desconhecidos. “Com essa pesquisa, chegamos a um melhor entendimento sobre como a autocensura se manifesta nas redes sociais. Futuramente, precisaremos entender melhor por que e como ela acontece”, escreveram os pesquisadores.