Topo

Hackers podem obter controle remoto de webcam; jovem diz ter sido espionada no banho

Estudante universitária Rachel Hyndman, 20, contam que sua webcam ligou quando ela estava na banheira - Reprodução/BBC Radio 5
Estudante universitária Rachel Hyndman, 20, contam que sua webcam ligou quando ela estava na banheira Imagem: Reprodução/BBC Radio 5

Do UOL, em São Paulo

21/06/2013 10h25

A estudante universitária Rachel Hyndman, 20, ganhou atenção no Reino Unido nesta quinta-feira (20) ao contar à BBC Radio 5 como hackers controlavam remotamente a câmera de seu computador (webcam). Segundo ela, com essa invasão desconhecidos puderam vê-la até mesmo tomando banho.

Rachel percebeu que algo estava errado com seu computador quando a câmera ligou sozinha – na ocasião, ela assistia a um filme no notebook enquanto tomava banho. “Eu estava na banheira, tentando relaxar e os programas começaram a aparecer como se um fantasma estivesse usando a máquina. Eu não conseguia controlar.”

Ela só conseguiu voltar a dar comandos para o computador quando o desconectou da internet. A jovem disse não ter ido à polícia, pois teve medo de sua história parecer paranoica. “Contar que alguém está espionando você na banheira soa muito paranoico. Eles não acreditariam, ririam ou diriam que não têm nada a ver com isso.”

A prática é chamada de ratting – o termo vem da sigla RAT, que em inglês significa ferramenta de administração remota. Com ela, pessoas mal-intencionadas podem controlar o computador remotamente após instalar um programa na máquina. Assim, é possível ligar a webcam do computador sem intervenção do usuário, como no caso relatado por Rachel.

Stalker: saiba como agem os 'perseguidores' na web

'Escravos'
A BBC Radio 5 também entrevistou um jovem de 16 anos que diz ser adepto à prática. “É muito simples. Você pode baixar programas que fazem isso de forma automática [...]. Há muitos tutoriais e formas de fazer isso.” Segundo ele, a infecção da máquina se dá quando o usuário clica em um arquivo executável.

Na entrevista, ele define as vítimas como “escravos”, pois é possível monitorá-las.

O jovem diz ter já praticado esse tipo de espionagem com cerca de cem pessoas para "brincar" com elas. Ele diz, por exemplo, ter aberto no computador das vítimas uma página que exibia um rosto apavorado e emitia sons de gritos. Segundo ele, as pessoas ficavam tão assustadas que desligavam o computador.

Em outras ocasiões, fechava a janela em que alguém assistia a vídeos de pornografia. O jovem também disse já ter se passado pelo FBI (polícia federal norte-americana), enviando uma mensagem que perguntava ao usuário se ele sabia o que estava fazendo. Ao relatar isso, o jovem ri.