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Sucesso nos anos 90, boneco interativo Furby volta com novas funções

Jason DeCrow/AP
Imagem: Jason DeCrow/AP

Flávio Carneiro

Do UOL, em São Paulo

30/08/2013 06h00

Quem tem mais de 30 anos provavelmente se lembra do Furby. Ele foi lançado pela Hasbro nos anos 1990, na forma de um bichinho felpudo que interagia com os usuários. Em 2013, a empresa relançou o gadget, mas agora com diversas novas funções: sensores de movimento, aprendizado espontâneo, interação com smartphones, entre outras coisas. Durante os testes do UOL Tecnologia, o pequeno se mostrou esperto e dinâmico, porém repetitivo e até irritante. 

Direto ao ponto

Nome: Furby
Faixa etária: 7 a 9 anos
Preço: R$ 400
Pontos positivos: brinquedo surpreendente, bem articulado, bons sensores e funções interativas
Pontos negativos: preço alto; crianças perderam o interesse rapidamente; irritante para adultos

A principal característica do boneco é sua independência. Sem botão de liga e desliga, só faz o que quiser – e o usuário que aguente.

Mesmo em cima da mesa de trabalho, ele tagarelou e pediu atenção o tempo todo. Ao ser transportado no banco do passageiro, no carro, ele tentou interagir por mais de uma hora. O bicho também cantou dentro da mochila, enquanto o usuário estava no elevador, atraindo olhares.

As situações acima mostram que o Furby definitivamente não é um gadget com boas chances de sucesso entre os adultos. Mas, recomendado para crianças a partir de 7 anos, ele pode agradar ao público-alvo – porém, com prazo de validade curto para um produto de R$ 400 (nos EUA, o mesmo modelo testado custa US$ 60). Foi isso o que mostraram os testes feitos por duas crianças a pedido do UOL Tecnologia

  • Théo adorou o Furby, mas depois preferiu uma varinha do Harry Potter

Théo Freitas, 7, já conhecia o brinquedo de propagandas na TV e havia pedido um Furby para a mãe. Conforme seu relato, foi amor à primeira vista. “No começo eu não desgrudava dele. Ele é muito animado e o que eu mais gostei foi de dar comida para ele pelo celular”, contou.

Mas, depois de quatro dias, Theo largou o boneco. “Eu cansei, às vezes até ficava chato, porque ele me acordava no meio da noite e as coisas que ele fazia eram sempre iguais. Quando ganhei a varinha do Harry Potter, nem brinquei mais com o Furby”, completou.

A pequena Beatriz Quintino Armelini, 6, teve reação parecida. No começo, levava o Furby para todos os lugares. "Eu gostava de puxar o rabo e fazer cócegas na barriga dele", disse. Com o tempo, só pegava o boneco quando os pais perguntavam por ele. Quando devolveu o brinquedo para reportagem e pegou uma outra versão, menor e que interage menos, desistiu de vez de brincar. O fato de o boneco ser repetitivo também desagradou Beatriz, como aconteceu com Theo.

Características

Não tem botão de ligar ou desligar: o boneco só 'sossega' quando não recebe estímulos 
Só dorme quando tem ‘vontade’ e desperta apenas com estímulos físicos
Desenvolve personalidade de acordo com a maneira como a criança brinca com ele
Pode ser 'alimentado' por um aplicativo usado em smartphones Android ou iOS
Dança de acordo com a música reproduzida pelo aplicativo
Conversa e dança com outros Furbys; os bichos da mesma espécie 'interagem'
Reage as cócegas feitas pelo usuário na cabeça, barriga e rabo

O bichinho garantiu a diversão das duas crianças e também surpreendeu os jornalistas na redação (antes de irritá-los) quando soltava uma frase inesperada em português ou começava a dançar sozinho. No entanto, R$ 400 é um preço alto demais por uma paixão que dura tão pouco tempo. O valor equivale a diversos modelos de tablets do mercado, por exemplo, que podem entreter os pequenos sem ‘prazo de validade’.