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Lenovo confirma ter comprado Motorola do Google por US$ 2,91 bi

Logotipo da Lenovo é exibido em centro de computação na cidade de Xangai (China); empresa chinesa comprou a divisão móvel da Motorola, que fora adquirida pelo Google em 2011 - Philippe Lopez/AFP
Logotipo da Lenovo é exibido em centro de computação na cidade de Xangai (China); empresa chinesa comprou a divisão móvel da Motorola, que fora adquirida pelo Google em 2011 Imagem: Philippe Lopez/AFP

Do UOL, em São Paulo

29/01/2014 19h44Atualizada em 29/01/2014 21h09

O grupo chinês Lenovo comprou nesta quarta-feira (29) a divisão móvel da Motorola, adquirida em 2011 pelo Google. O valor da transação é de cerca de US$ 3 bilhões. O Google comprou a parte relacionada à telefonia da Motorola em 2011 por US$ 12,5 bilhões. A companhia chinesa confirmou a informação na noite desta quarta em comunicado à imprensa.

O preço da operação é de US$ 2,91 bilhões, sendo US$ 1,41 bilhão no ato da compra (US$ 660 milhões em dinheiro e US$ 750 milhões em ações). O restante do valor (cerca de US$ 1,5 bilhão) será pago na forma de uma nota promissória em três anos.

"A Lenovo tem o conhecimento e histórico necessários para transformar a Motorola em um dos grandes fabricantes do ecossistema Android. Eles têm muita experiência com hardware e alcance global. Além disso, a Lenovo pretende manter a marca Motorola -- da mesma forma como fizeram com a linha ThinkPad da IBM em 2005. O Google continuará defendendo a plataforma Android com o portfólio de patentes da Motorola", disse Larry Page, diretor-executivo e cofundador do Google

O Google continuará dono de maioria do portfólio de patentes da empresa. Como parte do acordo, a Lenovo poderá utilizar a "propriedade intelectual" envolvendo a fabricação de celulares sem custo adicionais.

O grupo chinês, que já atua na área de computadores e servidores, quer ganhar relevância no mercado de telefones móveis, cuja liderança, atualmente, pertence à sul-coreana Samsung. Com a compra, diz a Lenovo, a companhia vai ganhar uma "forte presença nos mercados da América do Norte e América Latina".

Nessas duas regiões, os produtos lançados continuarão sobre a marca Motorola. Em outros mercados emergentes e na China, a companhia venderá aparelhos com a marca Lenovo.

“A compra de uma marca tão icônica, com um portfólio de produtos inovadores e uma equipe global talentosa vai fazer imediatamente da Lenovo uma forte concorrente global em smartphones”, disse Yang Yuanqing, presidente e diretor-executivo da Lenovo.

Para a operação entre Google e Lenovo ser finalizada, autoridades norte-americanas e chinesas devem antes analisar os termos do negócio.

Sob a administração do Google, a Motorola apresentou dois modelos de celulares de destaque em 2013: o Moto X e o Moto G. O primeiro destacou-se pela integração de recursos da empresa de buscas, como o Google Now e pelo sistema de processadores, que soma oito núcleos. Já o Moto G foi lançado para ser uma opção acessível e com boas características de hardware com o sistema Android. 

Aquisição pelo Google

A compra da Motorola Mobility, divisão da empresa americana responsável pela fabricação de celulares, foi concluída pelo Google em maio de 2012. O negócio foi feito em 15 de agosto de 2011, porém os órgãos regulamentadores só ratificaram a operação após um ano.

O negócio com a Motorola, feito em agosto de 2011, foi a maior aquisição do Google até então. A gigante das buscas pagou US$ 12,5 bilhões pela fabricante de celulares americana – o equivalente na época a US$ 40 por ação.

  • Segundo a Lenovo, a marca Motorola será mantida em alguns mercados estratégicos

Compra por patentes

Na época da compra, alguns analistas de mercado disseram que o Google adquiriu a Motorola para entrar na briga do mercado de patentes de telefonia.

Por não ter um bom portfólio, empresas da concorrência – como Apple e Microsoft – passaram a acusar fabricantes de smartphones Android por infringirem direitos autorais de várias tecnologias e funções.

Alguns meses antes da aquisição, o Google tentou comprar patentes de telefonia da Nortel. A empresa não conseguiu chegar aos valores propostos no leilão e ainda acusou Microsoft, Apple e Oracle de atuarem em conjunto para prejudicar o desenvolvimento do sistema Android.

Curiosamente, após o anúncio da compra, a Motorola passou a reivindicar uma série de infrações de patentes feitas por concorrentes. Em um caso, a Apple teve que remover produtos de seu site na Alemanha que utilizavam tecnologias sem fio patenteadas pela Motorola.